Autor Data 18 de Dezembro de 1948 Secção Publicação O Século Ilustrado – nº 572 |
NÃO HÁ ROUBOS PERFEITOS Roussado Pinto Bill
Stewart, jovem colega de Lee Still no jornal, tinha uma preocupação: cometer
um roubo perfeito, para desmentir as constantes afirmações do amigo, que
dizia ser impossível praticar tal acto, pois todo o crime deixa rasto e tem
solução. Deste
modo, aguardou que o jornalista saísse de casa para uma das suas viagens
constantes, e, provendo-se de um sobretudo e duma pequena mala de mão,
dirigiu-se para a habitação do amigo. Subiu
os quatro degraus da entrada, abriu a porta com uma chave falsa e entrou. Já
no vestíbulo, pôs uma máscara e calçou umas boas luvas de pelica. Penetrou
no escritório do amigo e, rapidamente, encheu a mala de diversos objectos. Teve
especial cuidado por cada gesto que fazia, por cada passo que andava, de
forma a não deixar o mais insignificante indício. Verificou, minuciosamente,
se não esquecia qualquer pormenor e, por fim, saiu. Depois
de ter fechado a porta, de nervos tensos, ficou um minuto no primeiro degrau
a descalçar as luvas e a recompor-se. Preparava-se para se retirar, quando
ouviu uma voz pelas costas. -
Lee Still está? Simulando
que acabara de tocar a campainha, o jovem Bill Stewart voltou-se e
deparou-se-lhe o inspector Lorrimer. -
Não está, não, inspector. – respondeu com perfeita naturalidade. – Cheguei
agora de fora e trazia-lhe uma encomenda, mas… -
Basta de conversa, idiota! – interrompeu o polícia. – Estás preso por assalto
à residência do jornalista Lee Still! PERGUNTA: Em
que falhou o plano de Bill Stewart? |
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© DANIEL FALCÃO |
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