Autor Data 27 de Outubro de 1977 Secção Mistério... Policiário [137] Competição Torneio
“Tertúlia Policiária do Palladium" Problema nº 8 Publicação Mundo de Aventuras [213] |
CRIME EM LISBOA!... Rui Gabriel Lisboa,
8 da manhã, dia 6 de Dezembro de 1976. O
inspector Júlio Dias levantou-se ao alvor do dia.
Para ele, «levantar cedo e cedo erguer» era o seu lema e, como só entrava de
serviço as 9.30 horas, encontrava-se em casa, lendo um livro, dentro da sua
ampla e interessante biblioteca. Subitamente, o telefone toca e, o inspector levanta-se do sofá onde se encontrava
luxuosamente instalado e dirigiu-se para a pequena mesa onde se encontra a
«máquina preta ruidosa». Do
outro lado da linha ouvia-se: –
Está?... Aqui é o sargento Manuel Dias. Lamento
incomodá-lo, mas… Bem!... Sim, houve um assassínio
no edifício número 22, no 1.o esquerdo, na Avenida Y! Foi morto o sr. José Carlos, professor liceal, solteiro, com uma faca
espetada no coração… Pois, pois! Já fizemos a inspecção
do andar e ficamos a saber que o sr. José Carlos
tinha hoje um encontro às 10 horas com quatro amigos seus: José João, Martins
Soares, Paulo Jorge e Mário Campos… Pois bem! Deixo o caso entregue a si. Até
logo! O
inspector desligou para, seguidamente, voltar a
marcar um número. –
Está?... Aqui é o inspector
Júlio Dias! Era, simplesmente, para me fornecerem informações sobre os
seguintes sujeitos… Mais
tarde, o inspector veio a apurar os seguintes
resultados: José João, empregado de escritório, 43 anos, casado; Martins
Soares, desempregado, 48 anos, solteiro; Paulo Jorge, retornado das
ex-colónias, desempregado, 56 anos, divorciado; Mário Campos, empregado na
Marinha Mercante, 37 anos, solteiro; todos residentes em Lisboa. O
inspector organizou um inquérito a cada um dos
suspeitos, recebendo de cada, as seguintes declarações, além das unânimes
surpresas e pesares quanto ao assassínio do sr.
José Carlos: José
João – Entre as 7.30 e as 8 horas encontrava-me ainda em casa. O patrão
disse-me para eu entrar mais tarde e foi por isso que a essa hora ainda não
me encontrava já a caminho do escritório. A minha mulher pode testemunhar
aquilo que acabei de dizer, bem como o meu patrão! Martins
Soares – A essa hora, mais ou menos, ia eu comboio a caminho de Cascais, pois
tinha de tratar de uns assuntos confidenciais com um amigo meu. O meu carro
está na oficina para lhe lubrificarem o motor; por isso fui de comboio. Só
voltei a Lisboa há cerca de hora e meia. Tudo me decorreu normalmente! Paulo
Jorge – Nessa altura, encontrava-me no café W a falar com um amigo meu que
trabalha no I. A. R. N. Acontece que sou retornado e queria saber se já
resolveram o meu problema. Esse meu amigo encontra-se com baixa à Caixa Geral
de Saúde; por isso se encontrava ali a essa hora! Mário
Campos – A essa hora encontrava-me em casa, visto o barco onde trabalho se
encontrar em reparação para nova viagem à Terra Nova. Infelizmente, não
possuo nenhuma testemunha para confirmar o meu álibi. Mas, julgo que a
porteira se tenha apercebido do facto de me encontrar o dia inteiro em casa… 20.20
horas. Depois de colhidas estas declarações para o
bloco de notas, o inspector voltou para sua casa,
um tanto desapontado por o seu inquérito não o ter levado a qualquer
conclusão. Resolveu, para se distrair, ligar a televisão. Subitamente,
enquanto se encontrava no seu rico sofá, olhando para o pequeno «écran», uma ideia iluminou-lhe o cérebro. Correu para o
telefone, marcou o número telefónico do sargento Manuel Dias, e disse com voz
emocionada, as seguintes palavras: –
Está? É o sargento Manuel Dias?... Ouça! Já descobri
quem é o criminoso!... Prenda-me o senhor… PERGUNTA-SE:
1
– Quem apontou o inspector Júlio Dias como o
criminoso do sr. José Carlos? 2
– Porquê? Exponha o seu raciocínio. |
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© DANIEL FALCÃO |
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