Autor

Rui Kid

 

Data

5 de Dezembro de 1986

 

Secção

O Detective [13]

 

Competição

1ª Supertaça Policiária - Cidade de Almada

Problema nº 5

 

Publicação

Jornal de Almada

 

 

Solução de:

MORTE NA VARANDA

Rui Kid

 

1 – O assassino foi o Engenheiro Cruz.

2 – Chegou-se a esta solução pelo seguinte modo:

2.1 – Garcia está fora de causa porque não há nada que o possa incriminar. Também é pedido o dia e hora em que ocorreu o crime e caso tivesse sido ele o assassino não encontraríamos resposta irrefutável a esta questão.

2.2 – Revelando-se tecnicamente que a arma do crime havia disparado nos dois dias anteriores ao exame, então, como o Eng. Tomás regressou a casa na Segunda-Feira (3 dias antes da descoberta do corpo que ocorreu a uma Quinta-Feira – 1 de Março de 1984), está ilibado, pois, os seus movimentos posteriores foram confirmados pelos empregados e polícia sinaleiro. Sobram, assim, unicamente, como possíveis culpados, o Professor Henriques e o Engenheiro Cruz.

2.3 – Como o cadáver estava completamente rígido conclui-se que a morte ocorreu 6 a 18 horas antes do exame do corpo (9,30h). Sabe-se, assim, que o crime aconteceu entre as 15,30h do dia anterior (29 de Fevereiro) e as 3,30h do dia 1 de Março. Ora, como as chegadas e saídas do Prof. Henriques ocorreram antes das 15,30h do dia 29/2, confirmadas pelos empregados e polícia sinaleiro, somos forçados a, igualmente, ilibá-lo. Resta-nos, portanto, o Eng. Cruz que, por exclusão de partes e numa primeira análise é o criminoso.

2.4 – Pela descrição do aspecto da ferida conclui-se que o tiro foi disparado com o cano próximo. Numa distância entre 0,5m e 10m. O lote do Eng. Cruz fica ao lado do da vítima passando a sua estrada a 3 metros da casa da vítima, onde se situa a varanda e onde o corpo apareceu. Pensando-se que o tiro partiu da berma desta estrada, mesmo tendo em conta a altura da varanda, ainda se cai no tal limite dos 10 metros. Esta é a prova que incrimina directamente o Eng. Cruz, por ter passado duas vezes naquele local, no período do crime, entre as 15,30h do dia 29 de Fevereiro e as 3,30h do dia 1 de Março.

2.5 – A morte ocorreu no dia 29 de Fevereiro de 1984 (ano bissexto) às 17h. Porque o Eng. Cruz passou no local às 17h do dia 29/2 e às 3h do dia 1/3. Como não havia luar nem luz eléctrica no momento da saída nocturna ele teria dificuldades em acertar na cabeça do doutor, devido à escuridão. É de todo inaceitável e ilógico que se pense que a morte ocorreu às 3 da madrugada guiando-se o assassino pela claridade de um raio!!!! Seria pouco provável que a vítima estivesse àquela hora na varanda.

BIBLIOGRAFIA UTILIZADA: – XYZ – Magazine. Secção: «Ciência e Técnica Policial».

© DANIEL FALCÃO