Autor Data 27 de Janeiro de 2012 Secção Correio Policial [17] Publicação Correio do Ribatejo |
Solução de: O LIVRO ABERTO Sanctus O
assassino foi a senhora Justina, a governanta. Embora aparentemente
distraído, Tony Cooper, ao ouvir as declarações,
conseguiu captar e analisar o seguinte: a)
– Ela afirmou ao inspector que “esses vergonhosos
livros nunca entraram cá em casa”, o que demonstrava claramente que já o
vira; b)
– Porém, segundo o doutor Leopoldo, aquele fora introduzido no palacete no
dia anterior à noite do crime, isto é, algumas horas antes; c)
– A governante, tendo estado “todo o dia de cama”, não o poderia assim ter
visto; d)
– Por outro lado, aquando da descoberta do corpo, ela “chegou à porta do
quarto, viu que o senhor doutor estava a esvair-se em sangue e tinha qualquer
coisa cravada no peito, fugiu horrorizada” e “gritou bastante antes de
desmaiar”. e)
– Ou seja, não teria visto o livro antes, não entrou no quarto, não
identificou sequer o objecto que teria posto a
vítima a esvair-se em sangue, gritou e desmaiou de seguida, não abandonou o
local onde posteriormente recobrou a consciência (“só me lembro de estar aqui
e aqui tenho estado”) mas refere-se ao livro que a vítima tinha na mão (“sem
gravuras”…) como um desses “vergonhosos livros que nunca entraram cá em casa”!!! f)
– O motivo do crime poderá ter base no conhecimento que ela tinha de não ser
incluída no testamento (facilmente poderia ter escutado a conversa entre o
advogado e a vítima). Recorde-se que ela estava há vinte anos ao serviço do
doutor, podendo ter fortes razões para se considerar da “família”. |
© DANIEL FALCÃO |
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