Autor

Autor não identificado

 

Data

10 de Fevereiro de 2024

 

Secção

A Página dos Enigmas [11]

 

Competição

Torneio Memória

Problema nº 2

 

Publicação

Blogue A Página dos Enigmas

 

 

O ASSALTO AO BANCO ROYAL

Autor não identificado

 

Eram duas horas da tarde. Uma daquelas tardes quentes de Agosto. Só aqui ou ali – por absoluta necessidade – um raro transeunte se arriscava a sair para a rua e a meter-se debaixo do sol escaldante, que derretia tudo.

Ninguém notou por isso o automóvel cinzento que descia vagarosamente a rua, e que parou junto da porta do Royal Bank, de New York.

Do interior do carro saiu um homem de fato claro, chapéu de sábado e óculos escuros. Trazia uma mala pequena e transpôs a porta giratória do Banco, com aparente à vontade.

Lá fora o motor do carro continuava a trabalhar, recortando-se ao volante a sombra de outro homem.

Estava-se na hora do almoço e, no Banco, os poucos empregados que haviam ficado de serviço levantaram os olhos ensonados para o intruso, mas voltaram a baixá-los com desinteresse, e este pôde aproximar-se da Caixa sem que nenhum deles o seguisse com o olhar.

Se algum o tivesse feito, teria notado decerto a cara surpreendida do «caixa», e estranhado a expressão de terror com que o empregado acolhera o cliente desconhecido.

Este apontava-lhe uma pistola, ao mesmo tempo que murmurava:

– Se você der o alarme, mato-o, como um cão!

E acrescentou:

– Traga-me todo o dinheiro que tem na caixa, se tem amor à vida!… E nem um gesto suspeito, senão…

Atemorizado, o homenzinho obedeceu, trazendo vários maços de notas, que o assaltante se apressou a guardar na pequena mala. Ao arrumar o último, recomendou de novo:

– Se gritar antes de eu sair, não terei a mínima dúvida em abatê-lo!

Mal voltara costas porém, a campainha de alarme retiniu por todo o edifício, e o empregado teve que abrigar-se por trás do balcão, para evitar que o tiro disparado o atingisse. Perante o espanto de todos, o gatuno alcançava o automóvel, e este desaparecia pela rua, numa corrida vertiginosa.

Não tão rápida porém, que não desse tempo ainda a que um dos empregados – que correra logo em perseguição do gatuno – visse o número do carro. Esse número era o: 98601.

Em breve as estações de rádio transmitiam os sinais e número do carro. Horas depois, o nosso «Inspector Diabrete» mandava deter o carro que vemos na gravura, quando este passeava calmamente nas ruas da cidade. «Diabrete» averiguara que não existia nenhum carro com o número: 98601.

 

 

Ter-se-ia o nosso inspetor enganado desta vez, ao mandar deter o carro, cujos ocupantes protestaram energicamente?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO