Autor Data 11 de Novembro de 1982 Secção Mistério... Policiário [374] Competição Torneio
“Do S. Pedro ao Natal” - 82 Problema nº 7 Publicação Mundo de Aventuras [474] |
UM ROUBO NA PROVÍNCIA Serginho A
cena passa-se quando, de manhãzinha cedo, o inspector Sérgio se dirige a uma
papelaria para comprar o «M. A.»… –
Olhe, o «M. A.» já chegou? – interrogou o inspector. –
Nã, cumpadre… Mas deve estar a chegari. Já era p’ra ter vindo há 10 dias… – retorquiu
o vendedor. –
Que chatice! Esta monotonia dá cabo de mim. –
Mas olhe qu’isto aqui num é sempre monótono! Veja bem que esta noite roubaram
as vacas do ti Binoface, e ninguém sabe quem foi o gatune – informou o
vendedor. –
Ai sim? Diga-me onde é a casa desse tal Bonifácio! –
Olhe, é… do outro extremo da vila! A uns cinco minutos daqui! Mais
tarde, já em casa do tal Bonifácio… – –
Eu mato o gatune! Eu mato o gatune! – murmurava enraivecidamente o sr.
Bonifácio. –
Então! Então, sr. Bonifácio, conte-me lá a história do roubo das suas vacas –
interveio o inspector. –
Quê! Já sabe? E quem é vocei? –
Eu sou um inspector da Polícia de Investigação Criminal, e estou aqui a
passar umas férias – respondeu o inspector, mostrando-lhe o cartão. –
Olhe, eu tou munto afrontade. Veja lá que me vieram roubar o gade esta nõte,
e eu nem ouvi barulhe. Hoje, há uns cinco minutes, quando ia p’ró campe, vi
que já num tinha vacas. –
E quantas eram? – perguntou o inspector. –
Eram duas. Tinha-as aqui no palhêro… Mas eu mate esse gatune! –
E então ainda não foi ao posto da polícia? –
Eu nã. Ainda nã saí daqui! Tou tã afrontade que nem sei o que hei-de fazeri… –
informou o sr. Bonifácio. –
Mas podia ter lá mandado alguém… –
Podia, mas nã mandei, porque por enquanto nã quero que ninguém saiba. Ainda
nem disse à minha mulheri; veja lá – confidenciou o sr. Bonifácio. –
E não suspeita de ninguém? –
Suspêtos?… Só se for o «Tóino» que me queria comprar as vacas já há tempos,
ou então o Policarpe, que tem uma grande fama… Veja lá o senhori que já roubou
o… Mais
tarde, já ambos os suspeitos se encontravam em casa da vítima, para ali
convocados pelo inspector, quando este começou o seu interrogatório,
informando do que se passava e pedindo que dissessem o que tinham feito na
noite anterior… António
(«Tóino») – Eu nã roubei as vacas ao Boniface. Eu queria comprar-lhas, mas
não sou gatune. Ontem à nôte eu nem estava aqui. Fui à aldeia vizinha fazer
uns negoces, mas tive azar e nã os fiz. Policarpo
– Eu gosto munto de catrafiar as coisas alheias, mas desta vez estou
inocenti. Ontem à nôte estive a ver televisão, e depois fui-me deitar. Só
soube do ocorrido agora. Depois
de ouvir ambos os depoimentos, o inspector começou a pensar, e… –
Hum! Pois claro, o ladrão é o… Pergunta-se:
1
– Quem é o ladrão? 2
– Explique detalhadamente a escolha feita. |
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© DANIEL FALCÃO |
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