Autor Data 15 de Agosto de 2007 Secção Publicação O Almeirinense |
Solução de: O 13º CASO Sete de Espadas Solução
apresentada por Avlis e Snitram Tudo se passou num
arruamento de terra encharcada, mole. Havia várias pegadas nos dos sentidos,
não havendo sinais de luta. No entanto, a
descrição de Karter aponta para luta entre dois
homens: “Um volta-se rápido, agacha-se, atacando; defendendo-se, o outro
desvia-se. Um braço ergue-se, rápido. Volta a descer. Um tiro soa e o corpo
cai com um baque sobre a terra mole”. Ele mente e
procura lançar as suspeitas sobre Melvyn. O arruamento em
questão ficava dentro do perímetro da “Vivenda Dália”, com esta enquadrada
por ruas. O corpo da vítima estava a cerca de 100 metros da porta principal e
a poucos metros da porta do fundo do jardim. Depois, ainda havia as ruas
circundando o local. Numa delas, longe, num 1º andar, Karter
viu a cena, naquela manhã cinzenta, por entre arbusto. E acusa o colega de
todos os intervenientes terem o mesmo físico, as mesmas gabardinas cinzentas
e até os mesmos sapatos. Farda do estabelecimento de ensino que todos
frequentavam? De notar ainda que
a vítima tinha perto dos pés um chapéu cinzento, que estaria na cabeça na
altura do confronto, dificultando o reconhecimento. Da sua descrição
da luta depreende-se que os antagonistas estariam frente a frente. No entanto, no
tiro, a curta distância, chamusca os cabelos, a bala penetra obliquamente, de
trás para a frente, um pouco acima do occipital e sai junto ao maxilar
inferior. A vítima estaria de costas e agarrada pelo seu algoz, pois não caiu
para a frente mas sim de costas. Karter
é o criminoso. Aquela luta que ele diz ter visto alteraria por completo, na
terra mole, as pegadas nos dois sentidos, tornando-as irregulares,
espezinhadas, desfeitas. Nada disso aconteceu. A mentira de Thompson é irrelevante: “Que saíra da aula às 10 horas”.
Afinal, faltara à dita aula. Se o estabelecimento de ensino se situava a 500
metros, ele vinha pacatamente em sentido contrário e esbarrara com Karter pouco depois das 10 horas (hora da morte da
vítima), saltava à vista que, por um qualquer motivo, não fora à aula. Ainda
há dúvidas? Olhem-lhe para os sapatos. |
© DANIEL FALCÃO |
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