Autor

Sete de Espadas

 

Data

19 de Abril de 2015

 

Secção

Policiário [1237]

 

Competição

Campeonato Nacional e Taça de Portugal – 2015

Prova nº 2 (Parte I)

 

Publicação

Público

 

 

Solução de:

A MORTE DE ANÍBAL CALDEIRA – O BANQUEIRO

Sete de Espadas

 

O nosso amigo Sete de Espadas organizou esta “Morte de Aníbal Caldeira – o Banqueiro” como um problema aberto e, por isso, não fez a solução oficial, dado que, com aqueles elementos, era possível optar, com suporte textual, por mais de uma hipótese de criminoso!

Criminoso (a, os), sim, pois de crime de tratava. E os elementos estão todos lá, sendo esses pormenores de ordem técnica (objectivos) os responsáveis pela perda de pontos de bastantes concorrentes.

O facto de não ter sido encontrada, no local do crime, a cápsula que a Star ejectou (pormenor que escapou a alguns – mesmo totalistas, já que acertaram nos outros todos), o aspecto do buraco de entrada da bala, a quase total “limpeza” da sala, a posição do corpo, a arma na mão (para mais com silenciador), a presença de um silenciador, a porta não fechada por dentro, o local de entrada do tiro, o aspecto da cara e da cabeça da vítima, um caco (apenas) de vidro (não pertencente ao relógio do morto)… tudo isto (pelo menos) indiciava e provava que não tinha sido suicídio (não nos é referido se a arma continha – ou não – impressões digitais).

Quanto ao criminoso, a maioria optou pelo Secretário, dado ele ter, aparentemente, mostrado que sabia demasiado, ao precipitar-se para chamar a polícia, sem se certificar de que o patrão estava (mesmo) morto e sem que, pelo texto, alguém lhe tivesse dito a causa da morte!

O Criado também recolheu uma boa dose de suspeição, por ter sido a última pessoa a vê-lo e o corpo ter sido descoberto com o sangue já coagulado, numa época do ano em que costuma estar frio. Esta dedução é feita com as reservas de não podermos saber quem fornece esse elemento (as pessoas que viviam em casa ou a polícia; logo, a que horas foi constatada a coagulação).

O facto de a cozinheira estar no seu posto à 1 hora e à espera da sobrinha da vítima, pareceu, também, muito suspeito. Daí, o cenário de uma cumplicidade (até total) ter sido sugerido…

Como muitos disseram, com tais declarações, todos tinham de ser, cuidadosamente, interrogados de novo, pois, como alguém disse, com tais elementos nenhum tribunal condenaria ninguém!

Numa coisa estamos todos de acordo – o móbil do crime: alguém quis fechar a torneira antes que a água acabasse (ou seja, antes que a ruína do banqueiro fizesse desaparecer o dinheiro que ele tinha legado)!

© DANIEL FALCÃO