Autor

Severina

 

Data

7 de Julho de 2002

 

Secção

Policiário [573]

 

Competição

Campeonato Nacional e Taça de Portugal – 2001/2002

Prova nº 11

 

Publicação

Público

 

 

Solução de:

O ENIGMA DO TROFÉU DOURADO

Severina

 

Embora o agente Prazeres suspeitasse quem era o criminoso, só conheceu o móbil do crime quando decifrou a legenda esquecida na faixa da figura alegórica, que era: RAFAEL- N-H-O-S-N-I-E-M-T-S-I-I-U-R-JOHANNES.

Lida inversamente e escrita na língua germânica, e traduzida para português, revela: RUI É MEU FILHO.

Assim, ficou claro o adultério de D. Simone. O seu medo perante o interesse recente do Dr. Eugénio de Sousa pelo Troféu – receosa que o seu segredo já estivesse de posse dele devido a quaisquer indícios achados –, deu-lhe o móbil do crime e a frieza para matar a sangue-frio. Porque, de resto:

o assassino tinha a confiança da vítima para agir de perto;

conhecia o seu habito de se fechar por dentro;

concluíra que nos apontamentos do estudo poderiam estar indicações do Troféu.

E depois:

usou quase sempre luvas de agasalho, limpou bem o relógio – depois de o adiantar uma hora –, do mesmo que todos os pontos em que tocou;

não poderia saber que não encontraria luvas para substituir as que sujara e deitara fora – evitara a compra, por prudência, devido à companhia da amiga;

desconhecia que a porta principal ficara encostada – como a deixara Miguel –, revelando que a única pessoa a sair da vivenda, nessa manhã, o fizera pela janela francesa… E D. Simone fora a última pessoa a ver o doutor com vida.

© DANIEL FALCÃO