Autor

Smasher Smile

 

Data

20 de Novembro de 1980

 

Secção

Mistério... Policiário [290]

 

Competição

Torneio “4 Estações 80” | Mini B – Primavera

Problema nº 6

 

Publicação

Mundo de Aventuras [371]

 

 

Solução de:

UM CASO CURIOSO

Smasher Smile

 

1 – Em primeiro lugar torna-se necessário frisar que, como se provará ulteriormente, toda a história contada pelo «amigo» da vítima é falsa, tendo sido na realidade ele o assassino.

2 – Isto demonstra-se da seguinte maneira:

a) O «amigo» diz que o Carlos foi morto com dois tiros de pistola disparados de um carro estacionado em frente, mas que ele não viu nem a matrícula, nem o tipo de carro. Como é possível conseguir ver a arma e não ver o tipo de carro várias vezes maior?

b) Diz, também, que o carro arrancou em seguida com grande estardalhaço. Mas como é isso possível se Rubens, que ouviu os tiros, não refere mais nenhum ruído? O grande «estardalhaço» não podia passar despercebido no silêncio da noite até então só cortado pelos tiros.

c) Para provar definitivamente que não houve mais ninguém implicado, podemos ainda referir o facto de não aparecerem cápsulas dos tiros de pistola que o «amigo» alega terem sido dados. Isto porque o sargento Garret só encontrou «beatas» na minuciosa busca.

3 – Resta mostrar como ele matou:

a) Como primeiro facto a provar ter sido ele o criminoso, o facto de o tiro mortal atravessar o coração e sair no sovaco. Isto só era possível de fazer por alguém que estivesse a seu lado. Tanto mais que, tendo em conta a escuridão, era bastante difícil disparar um tiro certeiro de um carro estacionado a 10 metros.

b) A pequena tatuagem negra só aparece quando o tiro é disparado a uma distância inferior a 50 centímetros. Logo, o atirador tinha de estar junto do Carlos, e quem preenche esses requisitos é o suposto amigo de Carlos.

c) Para confirmar esta situação resta referir o seguinte facto: se o «amigo» achava que estava frio porque estava aberta a janela do seu lado? A única utilidade que podia ter era o ser a melhor maneira de se desfazer da pistola pois o rio encontrava-se a poucos metros. Por outro lado nota-se desfazamento entre o momento do crime e o momento em que o «amigo» se manifesta. Esse desfazamento é facilmente explicado se tivermos em conta que ele necessitava de encontrar as cápsulas para se desfazer delas.

© DANIEL FALCÃO