Autor

Superman

 

Data

13 de Agosto de 1981

 

Secção

Mistério... Policiário [321]

 

Competição

Torneio “Do S. Pedro ao Natal”

Problema nº 1

 

Publicação

Mundo de Aventuras [409]

 

 

A MENTIRA

Superman

 

Depois de um fim-de-semana passado na casa de campo de Paul Justice, «Sam» regressou ao trabalho na segunda-feira, visivelmente bem disposto, e com uns quilitos a mais.

Por isso, quando «Doc» Ferber lhe apareceu com o primeiro caso do dia, ele estava com um largo sorriso nos lábios…

– Então, sargento, que temos?

– Uma rapariga que vem para «se denunciar a si própria» de um roubo que cometeu…

– E que tal é ela?...

O olhar brejeiro de «Sam» fez espantar o sargento, que estava pouco habituado a tais manifestações, e por isso ficou incapaz de responder.

Pouco depois, a jovem entrava, e ao contrário do que o inspector queria, era muito gorda e muito feia…

– Venho para que o senhor me prenda! Anteontem à tarde cometi um roubo num «caixa» do «International Bank». Fui receber um cheque e aproveitando a ausência do empregado pagador, meti o braço por entre as grades e roubei um monte de notas, que depois, com medo de ser apanhada, atirei fora, no cais…

– Anteontem à tarde, a que horas?

– Aí por volta das 2 horas… Duas menos cinco!

– E por que diz com tanta precisão as horas?

– Porque me lembro perfeitamente, devido a ter olhado para o relógio eléctrico da parede.

– Tem a certeza?

– Absoluta!

– E o relógio não estaria parado por falta de corrente?

– Não senhor!... Que disparate! Lembro-me até, que, quando lá cheguei, o relógio marcava 13H40.

– E tem a certeza que o relógio nessa altura não estava encoberto por uma das colunas do átrio…

– Tenho a certeza que não estava, visto que fui ao «caixa» do meio… e o relógio fica quase atrás dele.

– E a sua mão coube no gradeamento?

– Bem… É que quando eu disse mão… não foi bem assim. Limitei-me a meter dois dedos e pegar num meço de notas… atadas com um elástico!

– Mas como, se o balcão é tão largo e o dinheiro está nos respectivos cacifos?...

– Porque ele tinha colocado, na altura, a caixa habitual em cima do balcão, quase junto ao gradeamento. Até me convenci que fora de propósito… por isso o meu susto e depois o remorso de ter deitado o dinheiro fora…

– E diga-me lá: Porque é que está a mentir?

– Eu, senhor inspector?...

– Sim! E quer que lhe diga porquê?...

 

– Não, senhor inspector, não diga, pois os «inspectores», «agentes», «detectives» e demais leitores do «MUNDO DE AVENTURAS» têm uma palavra a dizer… E vão dizer mesmo, respondendo às seguintes perguntas, que se podem resumir numa só:

– Por que fez Paul Justice aquela afirmação?

(Explique convenientemente a sua opinião).

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO