Autor Data 13 de Janeiro de 1983 Secção Mistério... Policiário [383] Competição Torneio
“Dos Reis ao S. Pedro” - 83 Problema nº 1 Publicação Mundo de Aventuras [483] |
QUEM ESCORREGA… CAI!!!! Taka Takata Eram
exactamente 9.30 horas, quando o inspector Saraiva entra no seu gabinete, mal-humorado como
todas as manhãs de trabalho. Mal se sentou, entrou o sargento Diogo com um
bloco preto debaixo do braço: –
Bom-dia, Diogo – cumprimentou sem entusiasmo o inspector.
– O que há para hoje? – perguntou em seguida. –
Roubaram a uma velha as suas economias e algumas jóias
de estimação – respondeu o sargento, continuando em seguida, enquanto o inspector estava com os olhos pregados nas suas mãos a
encher o cachimbo. –
Apuraram-se três suspeitos: Luís Morais, empregado de uma mercearia; António
Silva, electricista; e Josefina Henriques,
cabeleireira. Segundo ela todos estes suspeitos entraram em sua casa, menos o
empregado da mercearia, que não o viu entrar! –
Hum, hum! – pronunciou o inspector,
riscando um fósforo em seguida. –
Ah!!! – exclamou o
sargento. – A velha, chama-se Maria Maia; insistiu
muito para que não se falasse das jóias, que mantivessemos sigilo, pois ela tem alguns problemas com
as vizinhas, que… o sr. inspector sabe como é! Segundo ela, um destes três
é o ladrão, pois ela é muito desconfiada. Coitada da velha!… Está na
enfermaria a restabelecer-se do choque, mas os suspeitos estão ali fora. –
Traga-os um a um! – ordenou o inspector,
chupando o cachimbo, fazendo com que saísse de sua boca uma nuvem de fumo… Um
a um, como o inspector tinha ordenado, os suspeitos
foram por ele interrogados. Em primeiro lugar, foi António Silva, electricista: –
Bem… eu fui chamado pelo telefone pela srª Maria,
para arranjar uns fusíveis que se tinham rebentado. Fiquei sozinho apenas por
um minuto, mais ou menos, enquanto a srª Maria foi
cuidar do bolo que estava no forno. Mas… não roubei o cofre, juro-lhe!!! A
seguir foi a vez da cabeleireira, Josefina Henriques: –
Eu fui arranjar o cabelo, à srª Maria. Tive de ir à
cozinha buscar um copo de água, pois a srª estava a
sentir-se mal. Tenho muita pena que lhe tenham roubado as jóias,
pois ao preço a que elas estão, sabe Deus?! Mas… não fui eu que as roubei,
ouviu?! Por
fim, chegou a vez de Luís Morais depor: –
Eu bati à porta, mas como ninguém me respondeu, entrei como sempre faço. Pus
as mercearias em cima da mesa da cozinha e… pareceu-me ter ouvido uns ruídos
estranhos no andar de cima, e fui verificar. Entrei em todas as divisões,
incluindo o quarto da srª Maria, mas como não notei
nada de especial, desci as escadas saindo em seguida. Passados
alguns minutos depois dos suspeitos terem deposto, o sargento Diogo entra no
gabinete do inspector Saraiva, trazendo consigo um
relatório a confirmar as impressões digitais de Luís Morais, no quarto da
vítima, local donde tinha sido roubado o cofre. Mais
tarde, quando o inspector estava a beber um café,
descobriu quem o tinha roubado… Debruçando-se sobre o telefone em seguida e
levantando o auscultador, proferiu: –
Chame o sargento Diogo, se faz favor! Pergunta-se:
1
– Quem é que acha que foi o ladrão? 2
– Explique como chegou a essa conclusão. |
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© DANIEL FALCÃO |
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