Autor Data 19 de Março de 1981 Secção Mistério... Policiário [304] Competição Torneio
“Dos Reis ao S. Pedro” Problema nº 5 Publicação Mundo de Aventuras [388] |
O COLAR DESAPARECIDO… Tony Cooper Dedicado ao
Sete de Espadas Numa
herdade, como tantas outras isoladas da povoação, vivia um casal de meia-idade,
na companhia de dois filhos, diferentes um do outro… Rui
Pedro de 26 anos de idade, regressado há poucos meses da vida militar. Era,
como se costuma dizer, um mouro de trabalho; tudo fazia na ajuda a seus pais,
quer no amanho das terras, quer na criação dos animais que possuíam. Vítor
Lopes, pelo contrário, com os seus 19 anos de idade, nunca gostou de
trabalhar. Nem sequer queria ajudar os pais e o irmão. Várias vezes esteve
empregado, mas esteve sempre pouco tempo nesses empregos. Tinha o hábito de
jogar à batota e de «praticar» namoricos. Uma altura houve, em que se
suspeitou de estar envolvido no roubo praticado numa mercearia da aldeia. Os
aldeãos afirmavam ter sido ele, mas nunca se provou nada. Várias vezes «desviara»
dinheiro à mãe… Isso era verdade. Na
herdade, além das terras, possuíam porcos, galinhas, vacas leiteiras,
ovelhas, dois cães de guarda, uma gata e uma pega… Estes dois últimos animais
passavam muito tempo em contínua brincadeira e era um regalo vê-los
divertirem-se. O
conjunto das edificações da herdade compunha-se de:
curral, palheiro, celeiro, barracão de arrecadações e casas de habitação,
tudo isto num só bloco corrido. A única porta da casa de habitação estava
quase sempre aberta. Cada
um dos dois irmãos possuía uma bicicleta, género «pasteleira», de guiador ao alto,
que servia para se deslocaram à aldeia, e recolhiam-nas no barracão das
várias arrecadações. Naquele
dia de Abril, prenunciando um Verão que iria ser quente, a mãe dos rapazes
foi tratar do gado, pelas 18 horas, mais ou menos, e regressou a casa ao fim
de cerca de uma hora. Ao entrar em casa, verificou com espanto que tinha
desaparecido o seu cordão de ouro que tinha colocado em cima da cómoda,
dentro da concha de nácar, ao regressar da vila. Apresentado
o desaparecimento ao marido, este logo ouviu toda a família para
averiguações. Após a mãe contar o que acontecera, o filho Rui Pedro disse: –
Eu estive a regar a horta, com água corrida, e as laranjeiras, desde as 17
horas e 50 minutos e só regressei quando o pai me chamou e nada sei sobre o
cordão. Foi
a vez de Vítor Lopes declarar: –
Eu cheguei a casa há talvez uns dez minutos, encostei a bicicleta à parede,
na rua, e ainda não entrara em casa, tenho andado por aí à espera do jantar. Passada
uma busca a todas as dependências, foi, finalmente, encontrado, pelo pai, o
cordão num sítio onde menos se esperava… pendurado no guiador da bicicleta de
Vítor Lopes!... Vítor
Lopes alegou não ter sido ele, e que deveria ter sido o irmão para o acusar… Rui
Pedro disse que isso era mentira, pois que tinha sido ele, o seu irmão, quem
roubara o cordão… visto que já era hábito ele tirar as coisas à mãe, e que o
vira em frente da porta de casa, embora não o visse entrar. Em
frente da casa existia um poço com árvores à volta e um tanque e logo em
frente destes situava-se a horta. Depois
de os dois irmãos se envolverem à pancada, de a mãe chorar as suas desditas e
o pai suspender a briga entre os irmãos… Nós perguntamos, apenas com as
personagens do texto, visto os outros estarem longe da casa, nessa altura: 1
– Quem acha que retirou o cordão? 2
– Apresente o seu relatório. |
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© DANIEL FALCÃO |
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