Autor Data 15 de Abril de 1976 Secção Competição Prova nº 9 Publicação Mundo de Aventuras [133] |
ASSASSINO OU ASSASSINA? Venthocanni Dong…
Dong… 22 horas. …e assim, senhores telespectadores, em vez do anunciado
programa de atletismo, apresentamos dentro do momentos… Na
sua modesta casa o detective amador Rui Ventosa via
TV… A sua verdadeira profissão era a de advogado mas nas horas livres (que
eram muitas) era detective particular. A certa
altura, seriam aproximadamente 22 e 10, o telefone toca… o seu anúncio de detective nas páginas amarelas resultara! Cinco
minutos depois estava na mansão donde o haviam chamado. No primeiro andar o
dono da mansão encontrava-se morto, estendido a meio do seu quarto. A janela
estava aberta de par em par; a cama estava aberta; em cima de uma mesa de
cabeceira encontrava-se um livro aberto, virado de capa para cima. Depois
de anotar a planta do quarto da vítima, o jovem Rui Ventosa começou os
interrogatórios: D.
LUÍSA (esposa da vítima) – Encontrava-me deitada com ele na cama. Ele lia um
livro; eu tentava adormecer. A certa altura, eram 5 para as 10 da noite,
ouvi, vindo lá de baixo, um ruído: como que um prato a partir-se. Sabia que a
Deolinda, uma das minhas duas criadas, estava a arrumar a casa de jantar, mas
desci, para ver a asneira que ela fizera. Partira dois pratos. Zanguei-me
com ela mas, enquanto o fazia, ouvi um tiro lá em cima… Subimos logo as duas juntas
e encontrámos o meu sobrinho, que tem 23 anos, a entrar no meu quarto, a
correr. A janela estava aberta (antes tinha-a fechada) e o meu marido
estendido morto no chão. Pouco depois telefonámos-lhe. Não mexemos em nada. DEOLINDA
(criada) – Estava a arrumar a casa de jantar e, por descuido, parti dois
pratos. Logo em seguida apareceu a senhora, que se zangou comigo. Quando ela
se estava a zangar ouvimos um tiro no primeiro andar, eram no meu relógio 22
e 5. Subimos logo e encontramos o senhor estendido no chão do seu quarto.
Estava morto! O sr. Mário, sobrinho do senhor,
chegara ao quarto segundos antes de nós. A janela estava aberta. Pouco depois
telefonámos-lhe. MARIA
(criada) - Estava na cozinha a lavar a loiça quando ouvi ruído de pratos a
cair; não dei importância. Pouco depois ouvi a senhora descer e dar uma
reprimenda na Deolinda. Eram 22 e 5 no relógio da cozinha quando ouvi um tiro
lá em cima. Procurei lugar para os copos frágeis que lavava, e subi as
escadas num ápice. No quarto dos senhores estavam todos de volta do senhor,
que estava imóvel, caído no soalho. A janela estava aberta. Em seguida fui à
salinha da TV, fechei-a pois o sr. Mário já não
estava a vê-la, e telefonei-lhe. MÁRIO
(sobrinho da vítima) – Estava a ver o programa de atletismo na salinha da TV,
que tem paredes-meias com o quarto dos tios. A certa altura, eram 22 e 5,
ouvi discussão ao lado. Não liguei, julgando ser o tio a discutir com a tia.
Poucos segundos depois ouvi um tiro ao lado. Corri imediatamente para o
quarto dos tios e deparei logo com a janela aberta A tia não estava no
quarto. O tio estava morto no chão. Segundos depois chegaram a tia Luísa e a
Deolinda, e em seguida a Maria, que foi quem lhe telefonou. Só depois soube
da história dos pratos: não devo tê-los ouvido partir-se por causa do som do
comentador da TV. Rui
pensou… e disse: «Já sei quem matou o esposo da sr.a
Luísa!» 1
– Assassino ou assassina? 2
– Quem matou o esposo da sr.a Luísa?
(Diga como pensa ter-se desenrolado o crime.)
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© DANIEL FALCÃO |
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