Autor Data 12 de Janeiro de 1978 Secção Mistério... Policiário [148] Competição Problema nº 1 Publicação Mundo de Aventuras [224] |
UM CASO DE DOIS BICOS… A) À PROCURA DO SENHOR SILVA… Vingador Negro Triiim… Triiim… Triiim… – ? –
Sim, o próprio. – ? –
OK! Vou já. «Mas
que vida esta! – exclamei. – Eu não me chame inspector
Breda, se não descobrir este caso…» O
automóvel rolava a 120 quilómetros horários. «Mais
um roubo – pensei. – O milagre de cada dia…» Concentrei-me
e acelerei… Naquela velocidade as árvores pareciam fantasmas aterrorizados…
Deformadas, de braços abertos, cabelos desgrenhados, olhos de sapo e rosto de
«espanta-pardais»… Comparei-as com os ladrões ao
fugir às mãos da Justiça. Enfim, um pretexto para que o tempo voasse… Após
alguns quilómetros, com as molas a chiar, satisfiz uma curva de 120o
(graus)… «Mas
com os diabos… Esqueci-me de perguntar a esse tal senhor Silva a morada. Como
vou resolver o caso? Já fiz asneira outra vez…» Entrei
numa pequena vila (não recordo o nome)… «Bem…
Tenho de estacionar para obter informações – pensei. – Ah!... Este é o sítio
ideal». E
realmente era… Era um pequeno largo rectangular,
que se desviava da rua principal. Em frente à estrada, uma casa de habitação,
de primeiro andar, com um portão no rés-do-chão, do lado direito, certamente
utilizado por qualquer viatura… Ainda nesse mesmo lado, uns metros mais à
frente, um enorme monte de saibro, jazia encostado à parede lateral. Na ala
esquerda, simetricamente, outra parede. Estacionei
o carro junto ao monte de saibro. Mas, por azar, verifiquei que estava a
postergar a lei, pois o automóvel impedia que qualquer viatura, saísse do portão. «Não
demorarei… Não haverá problemas» – concluí. Quando
ao fechar a porta, surge-me uma senhora de espírito reguila… –
O senhor desculpe-me… Esta viatura é sua? –
Sem dúvida. Algum problema? –
O senhor não sabe que está a violar a lei? Não vê que está estacionado em frente
de um local de passagens? –
A senhora desculpe… Mas só demorarei o necessário, para obter uma pequena
informação. –
Comigo não há tolerâncias… Fique sabendo! –
Mas… Minha senhora! Este saibro pertence-lhe? –
Exacto. Porquê? –
Então não percebo… Se a minha viatura, impede a passagem do seu automóvel,
porque será que o seu saibro não o impedirá? –
Ai não percebe! Eu vou já telefonar para a G. N. R. E
virou costas… «Olhem
só… Olhem só no sarilho em que me meti! – pensei. –
Mas isto não fica assim… A menos que… Pois é… É só esclarecer uma dúvida e se
me for favorável, desforrar-me-ei!» Quando
as autoridades chegaram, entrámos em diálogo… Se vocês vissem o «paleio» da
tal senhora!!! Pouco depois, verifiquei que as
minhas dúvidas estavam certas… Logo, favoráveis! Assim, tive oportunidade de
pôr tudo em pratos limpos. Depois
de uma pausa para meditar… cabe perguntar: 1
– Que pretendia eu saber? 2
– Conclua o conto apresentado, partindo do princípio de que aquilo que
descobri me foi favorável. |
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© DANIEL FALCÃO |
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