Autor Data(s) 28 de Maio de 1959 Secção Quem Foi? Competição Grande Torneio da Primavera 1º Problema Publicação Mundo de Aventuras [507] |
UMA JANELA NA ESCURIDÃO Vítor Hugo A
noite estava serena mas escura. As estrelas pareciam piscar maliciosamente,
nos céus. Um tiro soou na quietude da noite. Alguém caiu agonizante. Dentro
de minutos, ouvem se as sereias e a escuridão é rasgada pelos potentes faróis
dos carros da polícia. A
rua anima-se. O inspector Brancardo
e a sua equipa de técnicos já está pronta a farejar o criminoso. A porta do
edifício já está aberta. Logo um polícia fica incumbido de não permitir a
entrada de ninguém. Sobem ao 2.º andar. Aqui, alguém espera com a porta
entreaberta. –
«É o inspector Brancardo?
– perguntou o homem com a voz emocionada». –
«Eu mesmo!» –
«O meu nome é Jorge Ribeiro. Fui eu quem telefonou a informar do ocorrido.
Foi na sala ao lado que se deu a tragédia.
Dirigiram-se
para o local do delito. Era uma sala bem mobilada. Em frente da porta uma
ampla janela, que dava para a rua. A pedido do inspector, Jorge Ribeiro deu conta da ocorrência: –
«Eu e o João tínhamos ido jantar ao «Polido», findo o qual tratámos de alguns
importantes negócios que temos entre mãos, relativos à
nossas sociedade. Quando regressámos, já só alguns pormenores estavam em
suspenso. Dirigimo-nos para o escritório, a fim de redigir o novo contrato.
Ele vinha à frente. Acendeu a luz, deu dois passos na sala e… tudo ocorreu num
repente! Ouviu-se um tiro, de mistura com o estilhaçar de vidros e caiu
morto. Por segundos fiquei paralisado, depois corri para a janela, espreitei
e ainda pude ver um vulto desaparecendo no terraço em frente. Limitei-me
então em não mexer em nada e a telefonar para a esquadra. –
Como se chamava o seu sócio? – perguntou o inspector, abeirando-se da janela e enfiando a mão pelo
círculo provocado pela bala; olhando o chão para não pisar os vidros
espalhados, notou que a rua daquele lado, tinha
aproximadamente 4 metros de largura. Em frente, um prédio de um só andar, com
terraço e que ficava à altura da janela onde o inspector
estava. A
uma ordem do inspector, um dos polícias foi
investigar no terraço do referido prédio, e encontrou uma arma de fabrico
clandestino, desprovida de impressões digitais e a que faltava uma bala. O
edifício estava desabitado, pelo que o acesso era fácil a qualquer pessoa. O
inspector Brancardo,
olhando a arma encontrada, com um sorriso nos lábios, estava radiante, senhor
absoluto da situação. Pergunta-se: 1.º
– A que conclusões chegou o inspector? 2.º
– Como se deve ter passado o caso? |
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© DANIEL FALCÃO |
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