Autor

Xek-Brit

 

Data

22 de Novembro de 1979

 

Secção

Mistério... Policiário [244]

 

Competição

Torneio “Novos" e “Iniciados” 79

Problema nº 11

 

Publicação

Mundo de Aventuras [320]

 

 

“FOG” E JÓIAS

Xek-Brit

 

Naquele dia de Novembro, Londres estava envolta num «fog» tão denso que, por duas ou três vezes me perdi na rua. Por preço algum consegui uma sege que me levasse do laboratório para casa. O «fog» era tão denso que os transeuntes não podiam ler os cartazes com os sumários dos jornais expostos nas calçadas, e como provavelmente não havia corridas naquele dia, os vendedores de jornais apregoavam o que consideravam o novo acontecimento mais importante: o roubo das jóias do Castelo de Runyon.

Comprei um exemplar e meti-o no bolso.

Já não era cedo quando cheguei a casa. O meu criado abriu-me a porta e logo me anunciou que mister Zanith me esperava na sala.

– Meu Deus, caro Zanith, só um valente se aventura na rua com um «fog» como o que anda lá fora. Certamente foi uma coisa importante que o fez sair do seu confortável gabinete. O «fog» deve estar muito espesso na Scotland Yard…

Este suave epigrama pareceu-lhe despercebido; respondeu-me impassível:

– Está muito espesso em toda a Londres, e, na verdade, na maior parte do país.

– Assim é – concordei. – Mas o que o traz aqui?

– Na verdade, meu caro doutor, o que queria era que me ajudasse num caso extremamente difícil. Verifico que comprou a edição vespertina. Pois, trata-se precisamente do grande roubo das jóias do Castelo de Runyon. A Yard já arranjou 4 suspeitos, que por certo não imaginam que andamos tão perto. Desconfiamos que o culpado se vai reunir esta noite com alguns cúmplices numa mansão à saída da cidade. Contudo, a situação é delicada, já que a mansão é pertença de uma personalidade importante… Deste modo acorri a si. Lembrei-me se seria possível que você e os seus assistentes arranjassem no laboratório, algum produto para deitar no portão da dita mansão, de modo a deixar uma marca característica na mão de quem abrisse o portão…

– Anda com sorte, meu caro inspector. Ainda hoje estivemos a trabalhar num verniz que lhe serve às mil maravilhas. Trata-se de um verniz composto à base de um sulfito – mais conhecido como «gás de mostarda». Estou certo de que se espalhar este verniz nesse portão, quem lhe tocar ficará com uma marca que tão cedo não sairá!

 

Na manhã seguinte estavam os quatro suspeitos reunidos no gabinete do inspector Zanith.

O primeiro suspeito apresentava na palma das mãos umas manchas castanho-avermelhadas, que justificou como sendo características do seu trabalho na fundição…

O segundo suspeito apresentava a pele da palma das mãos toda enrugada. Segundo o indivíduo era causado por urna doença cutânea…

O terceiro suspeito apresentava a palma da mão direita parcialmente queimada. Disse ter sido provocado por um acidente de trabalho no ferreiro onde trabalha…

Finalmente, o quarto suspeito apresentava, igualmente na palma da mão direita, uma ferida. Disse ter sido causado por um golpe num vidro…

 

O inspector sabe perfeitamente qual é o ladrão, parque eu lhe disse qual a marca que o verniz deixava na mão. Mas saberão os leitores dizer acertadamente:

1 – Quem é o ladrão?

2 – Porquê? Explique.

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO