Autor Data 24 de Julho de 1980 Secção Mistério... Policiário [278] Competição Torneio
“Detective Misterioso" Problema nº 18 Publicação Mundo de Aventuras [355] |
Solução de: RETALHO DUM CASO POLICIAL Xek-Brit Efectivamente
tanto o «boss» como o detective Mário Zamith tinham razão em pensar que parecia impossível o
João Silveira ter sido morto por aquela mulher… Não
foi crime recíproco, porque: 1
– As posições dos dois cadáveres são incompatíveis. Como se sabe, Silveira
foi encontrado de barriga para o ar, com os pés perto da janela. Logo,
deduz-se que na altura dos disparos se encontrava virado para a janela e a
pouca distância desta. Por seu lado a mulher encontrar-se-ia na mesma altura
virada para o Silveira, como indica a posição em que foi encontrado o corpo.
Logo, eles não podiam ter-se atingido um ao outro da maneira referida no
texto. Efectivamente naquelas posições nem Silveira
podia ter atingido a mulher na têmpora direita nem ela o podia ter atingido
no peito… 2
– Só atiradores situados no outro prédio poderiam ter atingido
simultaneamente o Silveira no peito e a mulher na têmpora direita… 3
– Note-se que isto se passou de noite. Logicamente o apartamento em que se
encontrava Silveira, estava iluminado. Ora, se o
Silveira na altura dos disparos estava virado para a janela, teria por certo
visto o atirador na janela em frente, preparado para disparar. Contudo não o
viu, porque o apartamento em que se encontrava o assassino estava às escuras,
deixando este protegido de ser observado do outro apartamento, que estava
iluminado. Deste modo, tanto Silveira como a mulher constituíam óptimos alvos o que é confirmado pela precisão dos
disparos dos assassinos. Efectivamente os
assassinos só precisaram de uma bala para matar cada um… 4
– Como se depreende os assassinos estariam a cerca de 3 metros de Silveira e
da mulher. Compreende-se portanto que a bala que atingiu a mulher lhe tenha
deixado um buraco redondo e limpo, com
poucos vestígios de sangue. Este é característico de um disparo efectuado entre 2 a 4 metros. 5
– Houve um cúmplice dos assassinos, já que estes não tinham tempo de descer 5
andares e tornar a subir outros cinco, e chegar antes do guarda e do
porteiro, que certamente teriam notado a sua entrada precipitada no prédio.
Também não conseguiriam entrar pela janela já que elas estavam separadas uma
da outra por 2 metros de vazio a uma altura considerável… Logo, houve alguém
que preparou o cenário. 6
– Essa pessoa foi a senhora que entrou no prédio a seguir a Silveira. 7
– Logo que ouviu os disparos entrou no apartamento, com chave falsa e usou luvas
já que não deixou vestígios na porta nem no apartamento. Aliás, tudo estava
preparado e sincronizado. 8
– Colocou as duas pistolas que os assassinos lhe lançaram pela janela, junto
da mão direita de cada corpo… De notar que os assassinos efetuaram cada
disparo com armas diferentes… Os assassinos também usaram luvas já que não
foram encontradas impressões digitais na coronha das armas. Deduz-se que as
coronhas não teriam impressões digitais dos mortos já que se diz que só foram
encontradas impressões digitais de Silveira na campainha. Esclarecedor! 9
– Em seguida a cúmplice tratou de fechar a janela. Efectivamente
esta foi encontrada fechada pelo guarda e pelo porteiro. Ora, se a janela
estivesse fechada na altura dos disparos, os vidros estariam partidos. Logo,
na altura dos disparos a janela estava aberta, tendo sido posteriormente
fechada pela cúmplice. 10
– E para terminar, um último pormenor. As armas do crime foram pistolas. Ora,
estas armas ao disparar-se, largam as cápsulas. Logo, se tivesse sido crime
recíproco, as cápsulas estariam junto dos corpos. Como não foram mencionadas quaisquer
cápsulas, deduz-se que elas não se encontravam aí. Estavam, sim, mas no
apartamento do outro prédio, junto a uma janela aberta… |
© DANIEL FALCÃO |
|
|
|