Autor Data 5 de Junho de 1980 Secção Mistério... Policiário [271] Competição Torneio
“4 Estações 80” | Mini B – Primavera Problema nº 4 Publicação Mundo de Aventuras [348] |
A MORTE DO ASTRÓLOGO Xeque-ao-Rei Nessa
tarde o doutor Astrolugus dedicava o seu tempo como
de costume a fazer os horóscopos para um jornal da capital. Um trabalho de
grande importância que lhe rendia um bom dinheiro. Agora
vivia bem, mas só de pensar na sua vida passada até se sentia doente… Nessa
tarde o doutor Astrolugus recordava os penosos dias
que tivera de enfrentar para chegar até ali. «Felizmente essa época já lá vai
e agora o que é preciso, é encarar o futuro de
frente, sem receios» – pensava o doutor consigo mesmo. «Sim,
um bom trabalho» – dizia enquanto dava por concluídos os horóscopos para o
dia seguinte… No
dia seguinte de manhã, o inspector Oliveira,
encontrava-se em casa do doutor Astrolugus. Motivo:
este havia sido assassinado. Depois
de ter dado ordem para que nada fosse mudado e após diversas investigações, o
inspector Oliveira chegou a algumas conclusões que
passou a enumerar no seu inseparável bloco-notas: a) A morte havia
ocorrido (segundo depoimento do médico legista), cerca das 23 horas; b) Nessa noite a
vítima havia recebido quatro visitas: 1
– Mário Duarte (amigo da vítima,
era também astrólogo, tinha 47 anos feitos há cerca de dois meses, mais
propriamente em 14 de Dezembro. morava na mesma rua da vítima). 2
– José Júlio (director
do diário onde a vítima trabalhava, morava num prédio perto do «Hotel
Estrela», tinha nascido em 28 de Março de 1932, tendo portanto 46 anos). 3
– Pedro Guilherme (sobrinho do
falecido, presentemente estava desempregado. morava num hotel pouco
recomendado, vivendo segundo se dizia às custas da vítima. Era a chamada
«ovelha ranhosa» da família; nesse dia fazia 20 anos, visto ter nascido em 13
de Fevereiro de 1959). 4
– Joshef Stick (amigo íntimo do morto, tinha
conseguido gratas à sua sólida reputação, o lugar que a vítima desempenhava actualmente no jornal. Era advogado de profissão, mas
gostava bastante de astrologia, vindo visitar o falecido amiúde precisamente
por causa do seu «hobby».
Curiosamente tinha nascido no dia 1 de Janeiro de 1911, contando assim 68
anos). c) Nas suas
declarações disseram: Mário Duarte
– Visitei o Astrolugus eram cerca de 22 horas. O
que vim cá fazer? Bem, não ignora que eu sou astrólogo, assim sendo, e porque
precisava de umas informações acerca do meu trabalho, visitei o meu amigo que
é, ou melhor, era, bastante mais esclarecido e que portanto sabia mais que
eu. Apesar de ele me ter tirado o lugar no jornal do José Júlio, nunca seria
capaz de o matar. José Júlio
– Se me recordo bem, a hora a que visitei o Astrolugus,
foi às 21.30 horas, aliás fui visto pelo porteiro que acabava de sair para a
rua. Vim cá para discutir um assunto relacionado com o jornal. Nada de
especial, eu até estava bastante contente com o trabalho dele. Acredite, que
tenho muita pena do que sucedeu. Pedro Guilherme –
Ora deixe-me ver… Hum, sim, parece-me que vim cá eram aí umas 21 horas. Olhe,
até encontrei o Zé que mora no apartamento ao lado. Um tipo fixe… Ora a
respeito do que cá vim fazer, não ignora que o meu tio era o meu «benfeitor»… Por
isso e porque ontem fazia vinte anos que a minha mãe me deu à luz, vim cá
pedir ao meu tiozinho que me desse umas «coroas» para ir beber uns copos com
a «malta» amiga. O
desmancha-prazeres do meu tio achou que eu não merecia nada e por isso
discutimos. No final acabou por me dar a «gaita».
Olhe, não fui eu que matei o meu tio… Joshef Stick
– Vim cá eram umas 20 horas, para mais uma sessão de astrologia. Não, ninguém
me viu, mas tinha mais que uma razão para não querer que o Astrolugus morresse. Acredite que fiquei muito
contrariado com tudo Isto. Pessoalmente suspeito do sobrinho. Só queria o
dinheiro do tio… d) Chamados a depor
disseram: Porteiro
– Sim, senhor, vi o senhor José Júlio eram cerca de 21.30 horas. Zé – Sim, vi o
Pedro. No entanto não sei bem que horas eram. Sabe, tinha ido ao bar da
esquina e vinha um bocado grogue… e) Em averiguações no
bar referido, o dono lembrava-se de ter visto lá o Zé, mas não viu quando ele
saiu, porque havia muita clientela. 1 f) Pormenor curioso,
o que foi descoberto perto do morto e que se reproduz no esboço incluso:
g) Foi averiguado
que após a morte do doutor Astrolugus, o Pedro
Guilherme herdará tudo. Após
estas anotações, o inspector Oliveira, como é seu
hábito, retirou-se para sua casa e após «difíceis
e laboriosos esforços mentais» conseguiu achar o fio da meada e chegar
assim ao assassino que, confessou imediatamente… 1
– Quem foi o assassino? 2
– Como chegou a essa conclusão. (Ilibando os suspeitos e justificando a sua
opinião.) |
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© DANIEL FALCÃO |
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