Autor Data 1 de Julho de 1976 Secção Publicação Mundo de Aventuras [144] |
QUASE PERFEITO Zanelium Às
5.30 horas da madrugada de terça-feira o telefone tocou, no gabinete do inspector Dosa que estava de serviço. –
Sim? – !... –
Ok! Vou imediatamente! Quando
chegou ao local, fazendo-se acompanhar pelo médico legista, que logo examinou
a vítima, falou com quem o tinha chamado e com o guarda nocturno da zona. Falando
com o primeiro, soube que este, ao sair para o emprego, tinha visto o corpo
no chão, encoberto por um carro abandonado, que estava em frente à sua porta.
Aproximou-se, pensando a princípio, que se tratava de alguém que ali estava a
dormir; porém, constatou que estava morto. Tendo participado o caso imediatamente. –
Ok! – disse o inspector. –
Vamos falar com o médico. Já examinou a vítima? – perguntou
o inspector àquele. –
Sim – respondeu o médico –, o crime foi praticado entre na 0 e as 0.30 horas
e por estrangulamento; além de que o assassino, não se contentando só com a
morte, ainda queimou os dois olhos da vítima, com o que, me parece, ter sido
um cigarro. Dirigindo-se
ao guarda nocturno o inspector perguntou: –
Deu por algo entre as 0 e as 0.30 horas que nos possa fornecer uma pista do
que se passou? –
Não, a noite estava bastante fria e não havia movimento, a não ser um
indivíduo que mais ou menos a essa hora passou por mim e me pediu um cigarro,
o qual recusei por não ter. Depois disso, dirigi-me àquele cafezinho ali em
frente para comprar tabaco. Passados cerca de vinte minutos o mesmo indivíduo
passou por mim e pediu-me novamente um cigarro. Nessa altura dei-lho, pois
tinha acabado de comprar, e ele seguiu rua acima. E é tudo, sr. inspector.
–
Conhecia o indivíduo? – perguntou o inspector. –
Não, não me recordo de tê-lo visto antes. –
Certo, obrigado – disse o inspector. E dirigindo-se
ao médico disse: – Vá telefonar para a ambulância para que venham buscar o
corpo. Depois
da ambulância ter chegado e ter levado o corpo, o inspector e o médico dirigiram-se a pé para o gabinete do
inspector. –
É um caso difícil… – comentou o médico. –
Sim, sem dúvida. –
Suspeita de alguém? –
Não, por ora, não, Um homem aparece morto e queimado com um cigarro… Ao
menos, se o guarda nocturno
conhecesse o indivíduo a quem deu o cigarro, talvez tudo ficasse mais claro. E
assim conversando, seguiram rua acima. Porém, ao passar em frente à porta do
cafezinho em que o guarda nocturno
disse ter ido comprar tabaco, o inspector
deteve-se, olhou-o pormenorizadamente e apontou dizendo: –
Está a ver?... –
Sim… Mas não compreendo… –
Mas compreendo eu! Vamos para trás, que já sei quem foi o assassino. 1
– Quem foi o assassino? 2
– Que teria visto o inspector Dusa
escrito na porta, para tomar tão decisiva resolução? |
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© DANIEL FALCÃO |
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