Autor

 

Data

21 de Fevereiro de 1980

 

Secção

Mistério... Policiário [257]

 

Competição

Torneio “4 Estações 79” | Mini C - Verão 79

Problema nº 8

 

Publicação

Mundo de Aventuras [333]

 

 

Solução de:

CRIME NO CLUBE

 

1 – O assassino foi o Luís.

2 – Porque, dos suspeitos sem álibi, é o único canhoto, e o crime foi cometido por um canhoto.

Não há dúvida que o assassino disparou com a mão esquerda, pois a Ana é bem clara ao afirmar que vira as pontas dos dedos crispados na arma assassina. Ora se a Ana estava à esquerda da arma e viu os dedos do criminoso é porque este disparou com a mão esquerda. Se ele tivesse disparado com a direita, ela teria visto não as pontas dos dedos mas as costas da mão do criminoso.

E como sabemos que o Luís é canhoto? Pois… pela posição do braço da sua viola durante a actuação. Se o Tó estava à direita dele e os braços das violas se tocavam, é porque o Tó tocava com a direita e calcava as cordas com a mão esquerda (logo o braço da sua viola ficava para o lado do Luís) e o Luís tocava ao contrário. Se o Luís não fosse canhoto, o braço da sua viola nunca ficaria virado para o Tó mas para o Manel. Ora como o texto diz que os braços das violas do Tó e do Luís esgrimiam um duelo

O Zé não é canhoto já que, em dado momento, escrevia um nome e um número de telefone, enquanto com a mão esquerda pegava na cabeça da Ana. Logo, escrevia com a direita. O Carlos não é suspeito, pois tem várias testemunhas. O Vítor ainda menos porque nem lá estava e quanto à Ana não vemos nada que a incrimine.

3 – O Luís tinha motivo para matar o Manel, já que seria ele o seu rival amoroso. Desta maneira ele poderia aspirar a casar com a Ana que, com o Manel vivo, lhe ia dando «sopa». Assim, ao ouvir a discussão (por acaso ou porque ocupava o camarim em frente) sentiu que tudo estava perdido – a Ana era fiel ao Manel e este pedir-lhe-ia contas pela sua deslealdade. Perdeu a cabeça e, como tinha uma arma no camarim, foi lá buscá-la, disparou e voltou a refugiar-se no camarim. «Sumiu» a arma e só apareceu quando ouviu os gritos, simulando a surpresa dos outros.

É claro que o inspector depressa descobriria um caso tão simples como este. O leitor só se lhe antecipou porque naquela altura o inspector ainda não sabia que o Luís era canhoto. Logo que viesse a sabê-lo, o Luís não resistiria a isso e à confirmação que a Ana faria, de ser ele seu pretendente sem sorte.

© DANIEL FALCÃO