Autor

 

Data

26 de Junho de 2011

 

Secção

Policiário [1040]

 

Competição

Campeonato Nacional e Taça de Portugal – 2011

Prova nº 5 (Parte II)

 

Publicação

Público

 

 

Solução de:

QUEM TIROU O DINHEIRO?

 

A resposta ao desafio é: alínea d). Só pode ter sido o Jorge.

José tinha tanto dinheiro que não precisava de ir à loja buscar aquele de que necessitasse, em emergência, causando estragos na vitrina – abria o cofre e servia-se!

Além disso, o texto não permite concluir, sequer, que ele soubesse onde o sócio colocara a verba para o pagamento ao fornecedor, antes dela ter desaparecido…

João não tinha conhecimento da existência do envelope recheado naquele local; só soube pelo telefonema a Jorge, após entrar ao serviço, na quarta-feira…

Joaquim era o suspeito óbvio (demasiado, não é verdade?...). Gastou, no casino, o dinheiro que levava na carteira e tentou ir buscar algum à loja.

Mas da loja não o pôde levar, pois tinha emprestado a sua chave ao Jorge e não pode ter tido acesso a mais nenhuma – Jorge deu pela falta da dele mal chegou à loja; José não tinha ido à loja enquanto o sócio lá esteve (Joaquim esteve sempre sozinho); João tinha a sua, pois com ela abriu a loja, no dia seguinte. Com o desespero de não ter nada com que matar o vício, nem se lembrou. Só deu por isso depois de procurar em tudo onde a chave poderia estar…

Ainda terá pensado em pedir a alguém que lhe fosse levar uma, mas não se quis expor (esses assuntos seriam só tratados com o Lopes, a quem não iria incomodar, pois saberia o que ouviria).

Cinco minutos também não davam para outra coisa e o texto não assinala qualquer movimento dos outros suspeitos a essa hora.

Foi ao esconderijo do carro, labutou, tirou a nota das emergências e voltou a jogar.

Muito? Pouco? Não interessa nem vem ao caso – jogou enquanto duraram os 100 euros… E até pode ter ganho dinheiro (para variar...).

Resta Jorge.

Fechou a porta da loja, por dentro, cerca das 20 horas de terça-feira; partiu a vitrina como manobra de diversão (apontando para alguém que não soubesse onde estava a chave dela), tirou o envelope com o dinheiro (que embolsou), abriu a porta, saiu e fechou-a à chave.

Esqueceu-se de que a loja não revelava qualquer indício de entrada forçada e de que não poderia haver mais nenhuma chave, para além das sinalizadas.

É verdade que havia uma chave “perdida” na casa do Jorge e alguém (de sua casa) poderia tentar entrar na loja, entre a saída dele e o seu regresso a casa. Mas… como poderia esse alguém saber que lá estava o dinheiro?

Se fosse do cofre, a conversa poderia ser outra! E mesmo que, por “visão”, tivesse acertado, não altera o essencial – a responsabilidade (é o que o texto pede) era sempre dele… Além de que, nas opções de resposta, não se contempla (por isso) um estranho à empresa…

É óbvio que se tratou de uma tentação circunstancial. Daí, os erros cometidos…

© DANIEL FALCÃO