Autor

Zé Coxo

 

Data

19 de Julho de 2015

 

Secção

Policiário [1250]

 

Competição

Campeonato Nacional e Taça de Portugal – 2015

Prova nº 5 (Parte I)

 

Publicação

Público

 

 

Solução de:

A CONFRARIA DOS GÉMEOS

Zé Coxo

 

Jorge não esteve na Confraria dos Gémeos no dia da atribuição do prémio ‘O Gémeo do Ano’. Ele estava muito distante. A 400 quilómetros dali! O detetive Fagundes viu chegar um dos gémeos Costa Pereira coxeando. Mas não era Jorge. A perna que havia ficado seriamente ferida num acidente de caça muito recente era a direita. Logo, ele teria de andar com a bengala (a que sempre esteve agarrado) na mão direita para aliviar a ferida do peso do corpo. E esta andou a cumprimentar os confrades! Ou seja, o gémeo Costa Pereira que coxeava, ou melhor, que se fazia de coxo, não era Jorge. Mas também não podia ser Jacinto porque o traço distintivo deste era físico e bastante notório. Portanto, o gémeo disfarçado era José. O traço que o distingue dos irmãos não é visível à vista. Ele é gago. E quando entrou no salão de festas não falou. Limitou-se a estender a mão direita a alguns dos presentes e encaminhou-se para a sala de reuniões, onde era suposto estarem os diretores da Confraria. Ou seja, os irmãos Costa Pereira.

Fagundes estava intrigado porque julgava ter visto os três gémeos Costa Pereira nas instalações da Confraria. Mas estava enganado. Ele só viu dois: Jacinto (o da cicatriz no sobrolho), que subiu ao palco para anunciar o vencedor do prémio daquele ano; e José (o gago), que começou por se disfarçar do irmão Jorge, assumindo depois a sua identidade quando foi chamado ao palco como… ‘O Gémeo do Ano’.

© DANIEL FALCÃO