Autor

Zé da Vila

 

Data

25 de Novembro de 2012

 

Secção

Policiário [1112]

 

Competição

Campeonato Nacional e Taça de Portugal – 2012

Prova nº 7 (Parte II)

 

Publicação

Público

 

 

Solução de:

O ENIGMA DA MORTE DO CONSTRUTOR

Zé da Vila

 

Se colocou a cruzinha na segunda alínea (tratou-se de suicídio) fez um bom trabalho de pesquisa e dedução. Acertou!

Resposta correcta: B – Tratou-se de suicídio.

Na verdade, está fora de questão a hipótese de acidente, visto que seria muito estúpido apontar, involuntariamente, à cabeça uma arma carregada. E, no caso da arma ter caído disparando acidentalmente ao bater no chão, dado que a vítima estava em pé, nunca o projéctil a atingiria na cabeça. Quando muito, nas pernas ou no dorso. Igualmente, temos de excluir a morte por assassínio cometido por uma das mulheres, por falta de apoio à tese, na narrativa.

O suicídio foi pensado de modo a parecer um assassínio, com vista ao pagamento do seguro à Clara. Na quase totalidade das apólices de seguro de vida, não cabe o suicídio, ou fazem depender o pagamento de um período de vida mais ou menos longo. Assim, Aguiar possuía a arma ideal que evita puxar o gatilho três vezes – nenhum suicida o consegue fazer – porquanto aquela automática dispara em rajada com uma única pressão no gatilho. E a cremalheira 93 R, adaptada à arma suicida, limita a rajada a três tiros!

Aguiar pensou em tudo: limpou as balas quando carregou a arma (as impressões digitais seriam gato escondido com rabo de fora); espalhou as lâminas cortando propositadamente os dedos indicador e superior da mão direita, nos quais enrolou grossa camada de adesivo de modo a fazer crer que os disparos foram de outrem, uma vez que não podia disparar com a mão direita e os tiros foram disparados no lado direito da cabeça. Pegou na arma com a mão esquerda, apontou à cabeça do lado oposto e premiu o gatilho! O impulso no mesmo gatilho, permitiu atingir o ouvido, o cérebro e o tecto (três munições da rajada). As impressões digitais na arma pretenderam passar a ideia de assassino desconhecido!

© DANIEL FALCÃO