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   Autor Data 28 de Outubro de 2011 Secção Correio Policial [6] Publicação Correio do Ribatejo  | 
  
   Solução de: NO DIA DO ECLIPSE Zé Maria Extracto da solução enviada por Inspector
  Moisés O
  elemento principal do problema que temos em análise é o facto de se passar na
  noite seguinte ao dia em que se registou um eclipse de Sol, o que nos leva a
  concluir que, nessa noite, NÃO HAVIA LUAR, pois tal eclipse só é possível
  quando a Lua está na sua fase de NOVA (como, aliás, o eclipse da Lua só é possível
  quando esta está na fase de CHEIA) – veja-se a Grande Enciclopédia Portuguesa
  e Brasileira, Vol. 9, página 396. Ora, perante este facto e as declarações
  prestadas por um dos suspeitos (o VIÚVO), que afirmou “...e o luar tornava a noite bonita”, já se pode concluir que ele
  não falou verdade, isto é: que não esteve «sentado na soleira da minha porta», nem ouviu os rouxinóis, nem
  viu que não havia luar… Aliás,
  de outra parte do texto do problema é possível extrair idêntica conclusão (de
  que ele não esteve à porta), pois o solteiro afirmou ter visto o infeliz
  vizinho fumar um cigarro (o que é confirmado pela ponta encontrada misturada
  com o sangue) mas não diz ter visto o outro, naturalmente porque ele não
  estivera lá! Além
  de outras curiosidades, este caso tem ainda o interessante pormenor do
  «suspeito que mente» dizer também que «ouviam-se
  os rouxinóis», frase esta que, habilmente introduzida no texto, como
  está, é muito bem capaz de levar alguns solucionistas a basear a sua acusação
  na hipotética impossibilidade de os rouxinóis cantarem à noite, vendo assim a
  sua atenção desviada do verdadeiro fulcro do problema, que é o eclipse e o
  luar. Com efeito, os rouxinóis cantam mesmo de noite, como diz a canção da Tonicha e do João Perry (“Paroles, Paroles…”), na parte que diz: “…mas podes dizê-las a quem oiça os rouxinóis à noite no jardim…” e
  como diz também aquele provérbio popular que reza mais ou menos assim: “o
  rouxinol canta à noite; de manhã a cotovia, e os outros todo o dia”! Finalmente,
  o achado da machada (que parece ter sido a arma do crime) com vestígios do
  sangue do pobre divorciado, e que se encontrava em casa do viúvo, mais o vem
  comprometer, mas isso é história a ver mais adiante…   | 
 
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   © DANIEL FALCÃO  | 
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