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(21.Abril.1925 – 30.Novembro.2019) |
CALEIDOSCÓPIO 3 EFEMÉRIDES
– Dia 3 de Janeiro 1934 – Data da fundação da associação americana dos
amigos de Sherlock Holmes (S.H.), a The Baker Street Irregulars, uma organização fundada por Christopher Morley. É uma sociedade restrita em que os membros, com
provas dadas sobre o conhecimento de S.H., são admitidos apenas por convite.
Dedica-se a estudos, conferências e à divulgação de S.H., também publicando
livros e uma revista The Baker Street Journal. Anualmente reúne num jantar, excepcionalmente aberto a Sherlockianos de todo o mundo,
que celebram o aniversário de S.H.. É a sociedade
literária mais antiga dedicada a Sherlock Holmes. Rufus King (1893-1966) – Nasce em Nova
Iorque o escritor americano criador do detective mais rico do mundo, Reginald
De Puyster e de Lieutenant Valcour. Do primeiro romance, Mystery de Luxe (ou Murder de Luxe),
em 1927, a The Faces of Danger (1964) publica 3 dezenas de narrativas, entre
as quais Murder by Latitude
(1931), um famoso caso de crime impossível em quarto fechado. Existem várias
adaptações ao cinema de livros e de contos deste autor. Em Portugal, a Costa do Castelo Filmes disponibiliza
em DVD O Segredo da Porta Fechada,
filme realizado e produzido por Fritz Lang, em
1948, baseado na obra de Rufus King Secret Beyond the Door. Em português,
um verdadeiro manancial de contos apresenta uma diversidade de interessantes
personagens: Stuff Driscold,
um criminologista de um gabinete de xerife, Ben Coll,
Elye, uma mexeriqueira e o famoso Dr Collin. A notável
versatilidade de King é evidenciada por este personagem que aparece apenas
nos contos curtos. O jovem Colin Starr herda o consultório do pai numa pequena cidade
imaginária, Laurel Falls – Ohio. A sua simpatia,
aliada a sólidos conhecimentos médicos e a uma capacidade de raciocínio
dedutivo aguçada, tornam-no num médico bem sucedido
e num notável detective/investigador a quem as mortes naturais não passam
despercebidas. UM
TEMA – PORTUGAL E O CRIME Conhecido e
divulgado como país de brandos costumes, vai-se ultrapassando o fosso entre a
imagem e a realidade… basta a leitura diária dos jornais, ainda que estes
vivam de anormalidades. No 1º quarto
do passado séc. XX, segundo os estudos (1931) de Mendes Correia, eram as pequenas
disputas pessoais, os ressentimentos e a embriaguez que degeneravam em
agressões e crime. Arraiais, romarias e feiras eram o palco preferencial para
lavar as afrontas reais ou presumíveis. Todavia, ao lado dos crimes desta
natureza, praticava-se a delinquência fortuita num impulso de vingança,
ciúme, avidez e mais raramente por causas políticas, pura malvadez ou
instigação de outrem. Tradicionalmente eram caceteiros, jogadores de pau –
crimes fruto da impulsividade portuguesa – que preocupavam (?) as
autoridades. De qualquer
modo, para aquele período, as estatísticas registam 180 homicídios – o mais
censurável para a mentalidade nacional, porquanto representavam uma extinção
de vida. Para igual período, que representa o remanescente da 1ª metade do século
(1926-50), o registo é de 132 homicídios dentro da mesma realidade.
Confirmado por Silva Maldonado, no 3º período (25 anos seguintes), por
influência da distribuição de águas de rega, limites de propriedade, que se
juntam às causas já referidas, o crime aumentou consideravelmente e os seus
instrumentos também: enxada, foice, forquilha e outros utensílios agrícolas
emparelham com o varapau. No último
período do século a situação agravou-se com a transformação dos valores
tradicionais. O modo de exercer e representar a violência modificou-se, a
criminalidade deixa de ser um facto ocasional e impulsivo e passa a ser
programado. Não deixa de ser pessoal, mas surgem os gangues de bairro e
grupos organizados nacionais e estrangeiros. A arma de fogo marca presença,
ameaça, fere e mata… vive-se um clima de insegurança. Sem analisar
de modo exclusivo este surto de violência, os factos parecem demonstrar que
há um virtual desregramento na intervenção da segurança/justiça. M. Constantino In Policiário de
Bolso,
3 de Janeiro de 2012
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© DANIEL FALCÃO |
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