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(21.Abril.1925 – 30.Novembro.2019) |
CALEIDOSCÓPIO 14 EFEMÉRIDES
– Dia 14 de Janeiro Thomas Tryon (1926-1991) –
Nasce em Hartford, Connecticut-EUA. Em 1969 abandona a carreira de actor de cinema e televisão para se dedicar à escrita de
livros de mistério e ficção científica. Publica vários contos curtos e os seguintes
livros: The
Other (1971), Harvest Home
(1973), Lady (1974), The Night of the Moonbow
(1989), The Wings of the Morning
(1990), In the Fire of Spring
(1991), The Adventures of Opal and
Cupid (1992) e Night Magic
(1995). John Lescroart – Nasce em
1948 em Houston, Texas. Escreve o primeiro livro Son of Holmes em
1986, seguido de Rasputin's Revenge (1987),
ambos da série Auguste Lupa. Cria ainda mais três séries: Dismas
Hardy, com 13 títulos publicados, Abe Glitsky com 4 e Wyatt Hunt, com 3 títulos. Os seus livros estão traduzidos em
16 línguas e são editados em 75 países. Em Portugal: O primeiro livro
da série Abe Glitsky A Certain Justice (1995) é editado em
2000, com título Justiça Até Certo
Ponto pela Temas e Debates, o Nº6 da colecção
Top Ten e novamente pelo Círculo de Leitores em
2002. O terceiro
livro da série Dismas Hardy,
Hard Evidence
(1993) é editado pela Temas e Debates, 2003, com o título Prova Material. UM
TEMA – ARQUITECTURA E CONTEXTO DA NARRATIVA POLICIÁRIA - 1 Em Os Elementos Fundamentais da Narrativa
Policiária (in Pesquisa
Nov.1990) consideramos que o hibridismo de que se reveste tal narrativa
impede uma definição generalizada. Conclusão válida. É bem óbvio que nas
diversidades de concepção e constante mutação da
sua arquitectura, é inútil procurar um ponto comum.
Por outro lado há sempre possibilidade de assinalar em concreto as bases de
cada padrão narrativo. No todo da
narrativa policiária há que distinguir o conteúdo imaginário do verdadeiro.
No último caso é necessário determinar se tal assunto é puramente real ou se
se está em presença de uma crónica novelada, por exemplo A Sangue Frio de
Truman Capote. Não é indiferente pôr no mesmo saco as Memórias de Vidocq, descrição de vida e aventuras do célebre polícia
francês, antes ladrão procurado por aquela, da história dos crimes da máfia
ou recompilação de crónicas forenses, fichas criminais que correspondem a
factos verídicos, e a novelação literária que
aproveita a realidade, rodeada de fantasia bastante para criar tensão de
mistério e intriga indispensáveis ao interesse e apreensão do leitor. Há quem
distinga este tipo de literatura, que os puristas classificam de narrativa
criminal, da literatura ficcionada, a policiária. Bem parece teoria de
emaranhar ou complicar: a literatura policial é só uma, há sim diversos
ramos, géneros ou subgéneros. Segundo o tema que aborda e visão do analista. O romance, a
novela, o conto, o enigma ou problema policiário (jogo de lógica de
raciocínio proposto como passatempo intelectual) são ficção pura. Neles se
distinguem os géneros maiores: a narrativa de enigma ou novela de problema
clássico, a narrativa negra ou de máscara negra, ou de suspense. Destas sim,
ao longo do tempo, com acentuado clima no espaço norte-americano, são férteis
os sub-géneros (crook, hardboiled, thoug procedural, private eye, penitentiary story, psychology) a
desenvolver em futuros TEMAS. No que
concerne a narrativa de enigma, a clássica narração que origina o género
policiário, estruturada na existência de um delito, em regra um homicídio
misterioso, face ao qual o detective, investigador
privado ou simples curioso, recorrendo a indícios encontrados, a
procedimentos técnico-científicos e a interrogatórios, desmascara o culpado. Para captar a
atenção do leitor, que em muitos casos inconscientemente, em nervosa
expectativa, entra em competição com o investigador, é imprescindível
utilizar pistas falsas, armadilhas habilmente urdidas para atrapalhar a acção da polícia ou investigador, até ao encaixar das
peças dispersas do puzzle criado pela inteligência do autor. Resumindo, na
narrativa clássica, mais do que simples entretenimento, propõe-se um jogo de inteligência investigador/contraventor
– que desafio o raciocínio do leitor. Uma derivação
do género, mas nele incluída é a chamada narração
invertida. Nesta sabe-se quem cometeu o crime e como foi cometido, residindo
a expectativa em seguir o trabalho do investigador e seguir os escassos
indícios que o delinquente deixou ao cometer o crime até à sua identificação.
O enigma é uma interrogação constante em busca da resposta, elucidação ou
explicação que o autor montou, exige um princípio ético, convincente e a
denúncia do mal face à ordem e à justiça. Obviamente que o autor com
frequência inclui aspectos individuais,
sociológicos, políticos, fantasiosos e outros para dar um fundo de impacto à
escrita e confundir o leitor, mas qualquer que seja essa derivação, determina
sempre a resolução do enigma fulcral. M. Constantino In Policiário de
Bolso,
14 de Janeiro de 2012
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© DANIEL FALCÃO |
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