|
|||||
(21.Abril.1925 – 30.Novembro.2019) |
CALEIDOSCÓPIO 15 EFEMÉRIDES
– Dia 15 de Janeiro Dennis Lynds (1924-2005) – Nasce em St.
Louis, Missouri-EUA. Escreve diferentes géneros, especialmente de índole
policiária com vários pseudónimos. Com o pseudónimo Michael Collins inicia em
1967 uma série com o protagonista Dan Fortune, em Act Of Fear. Esta série tem 19 livros publicados, os dois últimos
Crime, Punishment And Resurrection
(1992) e Fortune's World (2000),
reúnem todos os contos curtos deste personagem. Escreve ainda Lukan War (1969) The Planets of Death (1970) livros de ficção científica. Utiliza o pseudónimo de Willian Arden para os
romances de espionagem industrial protagonizados por Kane Jackson: A Dark Power (1968), The Goliath Scheme (1970), Deal in Violence (1971), Deadly Legacy (1973) e Murder Underground (1974) e também o
romance Mystery of the Blue Condor
(1973). Com o pseudónimo de Mark Sadler escreve as aventuras do jovem, Paul
Shaw, proprietário de uma agência de detectives: The Falling Man (1970), Here
To Die (1971), Mirror Image
(1972), Circle Of Fire (1973), Touch Of Death (1981) e Deadly Innocents (1986). Com outros
escritores (Walter Gibson, Theodore Tinsley e Bruce Elliott adopta o
pseudónimo Maxwell Grant na escrita das obras sobre o personagem Shadow – O
Sombra. Conhece-se ainda os pseudónimos, John Crowe, Carl Dekker, Sheila
McErlean. É um escritor galardoado com uma longa lista de prémios. Michael
Collins/Dennis Lynds não deve ser confundido com o escritor irlandês Michael
Collins (1964), também autor de policiário com livros publicados em Portugal. UM
TEMA – O CONTO COMO EXPRESSÃO LITERÁRIA De tal modo
tem sido controverso o conceito de conto o que é, o que não é, que amovemos
da definição. Qualquer tentativa será mais uma entre tantas. Grave Day
classifica-o como uma obra em que a prosa se pode ler de uma assentada. Mário
Albuquerque, mais lato ao resumir conto: é tudo aquilo a que o autor chama de
conto. Temo ter de discordar desta última definição: faz-me lembrar o quadro
branco com um ponto negro… um chapéu mexicano na neve… Na verdade, o
conto como expressão literária faz parte daquela trilogia, romance, novela,
conto, consoante a sua dimensão ou extensão literária. Se para os dois
primeiros não existem dúvidas, a classificação de conto pela sua dimensão
peculiar tem de encerrar a sua unidade de efeito, isto é, tem de produzir um
efeito narrativo, ênfase, com economia de palavras. Cada palavra deve
contribuir para o feito final, enquanto o romance e a novela – mais curta que
o romance – têm espaço para desenvolver incidentes, analisar e multiplicar
acções. O conto é por natureza breve, rápido, preciso, em duas palavras:
sintético e monocrónico. Duas razões
fundamentais parecem estar no espírito dos autores para evitar o conto: o
romance e a novela podem eventualmente ser lucrativos, as palavras valem
dinheiro – Rex Stout dizia: se tenho
uma boa ideia não a desperdiço num conto; a segunda razão prende-se com a
dificuldade em expressar uma ideia ou intriga em breves palavras. Há bons
autores, muito bons até, incapazes de sintetizar as ideias. H.G.Wells, ele
próprio um contista hábil e famoso, escreveu: um conto pode ser muito brilhante e comovente, horrível, patético ou
divertido, belo, profundamente sugestivo, mas não deve abranger mais do que
meia hora de leitura. No aspecto
temático, o conto policiário é de apurado encanto, pela vivacidade de
palavras e imagens ou pelo assunto que entra no sentimento colectivo. Porém,
o seu encanto iguala a dificuldade de concepção, maior ainda do que aquela já
referida para o conto em geral. A construção da intriga, a unicidade do tema
e o reduzido número de personagens a oferecer em cem palavras a representação
de mil, não é tarefa fácil. E, por tal facto, muito se tem discutido a
preferência do conto policiário ou do romance. Do ponto de vista do valor da
obra os críticos são unânimes em considerar que a mais genuína expressão do
género (policiário) só se encontra no conto. No entanto, o predomínio do
romance nos escritores profissionais está à vista, Para o leitor reconhece-se
geralmente como verdadeira a aceitação do conto pela necessidade vital do
tempo disponível para ler. Mais curto
ainda do que o conto tradicional, há uma segunda modalidade que se espalhou
rapidamente a short story – raiz
americana ao que se crê e facilmente confundida com o próprio conto – o ideal
adequado à pressa dos nossos dias e ao tema policiário. Na short story atribui-se importância
particular a um efeito principal desenquandrante, o suspense como força motora até final… em regra a emoção latente
mantém-se angustiante até à última e decisiva frase. M. Constantino In Policiário de
Bolso,
15 de Janeiro de 2012
|
||||
© DANIEL FALCÃO |
|||||
|
|