|
|||||
(21.Abril.1925 – 30.Novembro.2019) |
CALEIDOSCÓPIO 19 EFEMÉRIDES
– Dia 19 de Janeiro Edgar Allan Poe (1809-1849) – Esta data e o ano
de 1809 é memorável para a literatura policiária. Nasce em
Boston Edgar Poe, por adopção Edgar Allan Poe que é considerado
incontestavelmente o criador da narrativa do género. Pode dizer-se que nasceu
sob o signo do infortúnio, que em parte ele viria a contribuir, levado pelo
génio que havia em si, um génio poeta sensível, onde abunda a fantasia, o
sobrenatural, a magia e o terror levados até ao paroxismo da arte. Todavia,
soube aproveitar-se, com excepcional brilho imaginativo e lógica matemática,
para construir uma narrativa, de um novo tipo, publicada em Abril de 1841 no Graham's Lady's and Gentleman's Magazine,
de Filadélfia, intitulada The Murders
in the Rue Morgue. Com ela cria um novo género, a narrativa de dedução,
cronologicamente o primeiro mito da investigação policiária, no protagonista
C. (Charles) Auguste Dupin, que é o herói de mais dois relatos, The Mystery of Marie Roget (1842) e The Purloined Letter (1844).
Enquadrados no tema policiário são de referir ainda Thou Art the Man (1844) em que o assassino é a pessoa menos
suspeita, norma posteriormente seguida por muitos outros autores, e The Gold Bug (1843), um notável conto
de criptografia em que o autor foi mestre e especialista. De resto, para além
do policiário, toda a obra, poesia incluída, é de transbordante qualidade.
Aconselhamos vivamente uma leitura detalhada de Edgar Allan Poe. Alexander Woollcott (1887-1943) – Alexander Humphreys Woollcott
nasce em Colts Neck, New Jersey-EUA. Escritor, jornalista, crítico teatral e literário
escreve vários artigos sobre literatura policiária. Em 1934 reúne os seus
melhores trabalhos em While Rome Burns,
um bestseller, onde se destaca o texto Hands
Across the Sea, sobre a justiça em tempo de guerra e The Mystery of the Hansom Cab onde Woollcott explica a sua
perspectiva sobre um acontecimento verídico (O caso Nan Patterson). The Mystery of the Hansom Cab é
seleccionado em 2008 pela Library of
America para ser incluído na retrospectiva de 200 anos de crimes
verídicos americanos e está publicado em True
Crime: An American Anthology. O conto de Woollcott Moonlight Sonata está incluído no The Vicious Circle (2007), uma antologia de Otto Penzler com
escritores dos anos 20. Patricia Highsmith (1921-1995) – Nasce Mary Patricia Plangman em
Fort Worth, Texas-EUA. Cedo decide ser escritora, apenas com 16 anos. O
romance Strangers on a Train (1949)
foi um êxito cujos direitos foram adquiridos e levado à tela por Hitchcock em
1951. Em The Blunderer (1954)
repete o estilo, entre o suspense e o interesse em fazer sobressair os
delinquentes sob os aspectos mais 1955 publica The Talented Mr. Ripley onde põe em evidência as andanças de um
estranho personagem, Tom Ripley. Este é culto, educado, sedutor, não é um
detective nem um gangster, escroque ou justiceiro, mas um homem totalmente
desprovido de consciência, frio ou indiferente, que mata sem escrúpulos, por
dinheiro ou por prazer, sem outra razão, talvez para manter o elevado nível
de vida. É um homem que vive com a excitação da crueldade. A autora repete em
vários romances as aventuras patológicas de Ripley, que parece seduzir os
leitores. Highsmith usa também o pseudónimo Clare Morgan no romance The Price of Salt (1952). O ultimo
livro Small G - A Summer Idyll
(1995) é publicado um mês depois da morte da escritora. Patricia
Highsmith é um dos grandes vultos do policiário, com mais de uma trintena de
títulos publicados e duas dezenas de contos curtos. Patricia Moyes (1923-2000) – Patricia
Pakenham-Walsh nasce em Dublin, Irlanda. No final da guerra colabora com
Peter Ustinov em filmes de ficção. Num período de férias resolve escrever
romances policiários. Em 1958 publica Dead
Men Don't Ski, o primeiro de uma série de 20 títulos protagonizada por
Henry Tibbett e a sua mulher Emmy. A crítica apresenta-a como uma das mais
talentosas escritoras do policiário neo-clássico. Don Kavanagh (1946) – Nasce em Leicester,
Inglaterra Julian Patrick Barnes. Jornalista, critico de televisão, inicia a
carreira de escritor policiário, sob o pseudónimo Don Kavanagh, em 1980 com
Duffy em que protagonista é um ex-polícia bissexual, Nick Duffy. Nesta série escreve: Fiddle City (1981), Putting
the Boot In (1985) e Going to the
Dogs (1987). Thierry Jonquet (1954-2009) – Nasce em Paris.
Lança-se na escrita em 1984, considerado um modelo do estilo negro francês, é
hoje um dos mais conhecidos escritores franceses de crime/policiário. Thierry
Jonquet utiliza quarto pseudónimos Phil Athur e Vince C. Aymin Pluzin para
dois ateliers de escrita que dirige; Martin Eden para dois livros
relacionados com a série televisiva David Lansky e Ramon Mercader para três
romances de ficção política. Depois do primeiro romance policiário, Mémoire en Cage (1982), segue-se Du Passé Faisons Table Rase (1982), Le Bal des Débris (1984) e, sob o
pseudónimo Ramon Mercander, Cours Moins
Vite Camarade, le Vieux Monde Est Devant Toi (1984). Thierry Jonquet é um
escritor galardoado com vários prémios, com destaque para as seguintes obras:
La Bête et la Belle (1985), Moloch (1998) e Les Orpailleurs (1993). Pedro Almodovar adapta ao cinema o
romance Mygale, com o título A Pele Onde Eu Vivo. Em Portugal estão
publicados: A Morte Pode Esperar (2006);
Editora Ulisseia; Título Original: Ad
vitam aeternam (2004) Tarântula (2011); Editora Objectiva;
Título Original: Mygale (2002). M. Constantino In Policiário de
Bolso,
19 de Janeiro de 2012
|
||||
© DANIEL FALCÃO |
|||||
|
|