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(21.Abril.1925 – 30.Novembro.2019) |
CALEIDOSCÓPIO 30 EFEMÉRIDES
– Dia 30 de Janeiro Jorge Reis (1926-2005) – Pseudónimo de
Atilano dos Reis Ambrósio. Nasce em Vila Franca de Xira. Vive em França
durante muitos anos, onde estuda. Exerce várias profissões, desde tipógrafo,
empregado fabril, jornalista e bibliotecário. É igualmente redactor de uma
revista francesa. Inicia a actividade literária na Gazeta de Coimbra e revista Vértice.
A sua estreia no policiário, Matai-vos
Uns aos Outros, com prefácio de Aquilino Ribeiro recebe o prémio Camilo
Castelo Branco 1967. Este livro é
publicado pela primeira vez em 1961, pela Prelo, nº 3 da Colecção Autores
Portugueses; tem várias edições. O Círculo de Leitores e a Editorial Caminho
também publicam este livro. A edição mais recente é de 1988 da Vega Editora. Clara Pinto Correia (1960) –
Nasce em Lisboa. Bióloga, historiadora das ciências, professora e
investigadora tem larga experiência de escrita na área da sua especialidade.
Escreve em 1985 um livro policiário Adeus
Princesa, cuja acção se passa no Alentejo com a morte de um mecânico
alemão na Base Aérea da Nato, em Beja. Criando ficção dentro da realidade, o
romance deve ser considerado como um marco na moderna literatura policiária
portuguesa. Adeus Princesa
é editado pela Relógio D'Água na colecção Crime Imperfeito. Margaret Yorke (1924) – Margaret Beda Nicholson nasce Compton,
Surrey – Inglaterra. Durante a 2ª Guerra serve na Woman's Royal Naval Service. Assistente na biblioteca de duas
universidades de Oxford, é a primeira mulher a trabalhar na Christ Church Library. Em 1979 e 1980
é a presidente da Crime Writers' Association. Publica em 1957 Summer Flight um romance mistério e
até 2000 escreve mais de 40 livros; como contista tem uma boa série de
narrativas, reunidas em colecções. Em 1970, cria
o personagem Patrick Grant, herói de uma série de romances: 1 – Dead in
the Morning (1970) 2 – Silent
Witness (1972) 3 – Grave
Matters (1973) 4 – Mortal
Remains (1974) 5 – Cast
for Death (1976) No Medals for the Major (1974) é
considerado o seu melhor romance e foi editado em Portugal em 1991 pela
Ulisseia, nº 20 da Colecção S.A., com o título A Provação do Major Johnson. Estão também publicados cerca de
duas dezenas de outros livros da autora por diferentes editoras com destaque
para as Publicações Europa-America na Colecção Livros de Bolso, série Clube
do Crime e na Colecção Obras de Margaret Yorke. UM TEMA – ESPIONAGEM - ESPIA POR AMOR À PÁTRIA Quando se
alude a espias famosas, desde logo, entre centenas, um nome surge: Mata Hari.
Todavia, não será assim. Mata Hari conquistou realmente a celebridade nos
anais da espionagem e literatura biográfica, crítica e de ficção, contudo o
seu desempenho como espia é medíocre, quando comparado com a acção de Louise
de Bettignies (Adolfo Coelho in Espionagem – Segredos da Grande Guerra).
Enquanto o interesse ou a escravidão de um passado pouco limpo são
determinantes que impelem a maioria das espias na 1ª Grande Guerra Mundial
(1914-1918), Louise moveu-se pelo amor à pátria, dedicação irreprimível da
aristocrata que se não fosse a guerra, teria sido freira. Louise Marie
Jeanne Henriette de Bettignies nasceu a 15 de Julho de 1880, pertencia a uma
velha família de Hainaut e podia orgulhar-se de uma sólida ascendência
fidalga. Diplomada pela Universidade de Oxford, falando com perfeição inglês,
italiano alemão, além da sua própria língua, o francês. Estava em
Lille, em casa da mãe, quando em Outubro de 1914 o exército alemão se
apoderou da cidade. No desejo imperioso de aspirar o ar da França livre,
parte para a Holanda e daí para Inglaterra. Num apertado interrogatório
dirigido pelas autoridades inglesas, que procuram informações acerca do
inimigo, mostra-se de tal modo observadora, que lhe propõem a entrada para o
serviço de espionagem britânico. Pede para reflectir e aceita a missão desde
eu trabalhe junto do serviço francês de espionagem. Volta a França e, após
consultar o seu director espiritual, decide aceitar a missão. Antes,
patrioticamente, oferece-se para os serviços secretos franceses, mas é olhada
com desconfiança pelos compatriotas, pelo que cumpre os serviços à ordem dos
britânicos. A aristocrata, educada Bettignies, passa a ser a anónima cidadã
Alice Dubois. Vezes sem
conta atravessa a fronteira da Holanda, frequentemente vigiada dirige-se a Lille
munida de elementos para organizar os serviços de informação na região, o que
consegue. Com energia incomum percorre a região, conquista dedicações e colhe
resultados eficientes. Disfarçada de camponesa atravessa fronteiras para
levar valiosas notícias e documentação precisa, transpõe barreiras de arame
farpado, iludindo a luz dos fortes projectores, detectando na escuridão os
fios dissimulados de alta tensão. Memorizando um mapa numerado consegue
através de um pequeno hieróglifo riscado numa carruagem do caminho-de-ferro
belga, indicar a localização de baterias inimigas que no dia seguinte serão
atacadas e irão pelos ares. Junto de
Alice, uma outra mulher, Marie-Léonie Vanhoutte (ou Charlotte Lameron)
desnorteia os serviços secretos alemães. Mas a roda da fortuna desanda. Marie
é presa em Bruxelas e Alice arisca tentar salvá-la. Astuciosamente com um
único salvo-conduto, que depois de lhe servir para atravessar um posto de
guerra é enviado à companheira, por um garoto, para que esta passe também.
Riem-se da partida, intempestivamente, pois estão a ser observadas por dois
agentes que lhes pedem a identificação. Agora juntas eram impossível repetir
o truque, foram presas. Condenadas à
morte em 1916, Louise escreve ao general Von Bissing pedindo o perdão para
Marie, assumindo toda a culpa. O general não acede mas comuta-lhe a pena em
prisão. Pior do que a morte, Louise teme a clausura, contrai febre tifóide e
morre em 27 de Setembro de 1918. É
posteriormente agraciada pelos serviços franceses e ingleses com várias
distinções honoríficas. Marie sobrevive e é libertada com o Armistício e
também ela é feita Cavaleiro da Legião de Honra. M. Constantino In Policiário de
Bolso,
30 de Janeiro de 2012
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© DANIEL FALCÃO |
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