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(21.Abril.1925 – 30.Novembro.2019) |
CALEIDOSCÓPIO 49 EFEMÉRIDES – Dia 18 de Fevereiro Auguste Le Breton (1913-1999) – Auguste Montfort
nasce em Lesevem, Bretanha, França. É considerado
um dos maiores vultos do policiário no âmbito do romance negro, contribuindo decesivamente para demarcar a arrativa
francesa do seu modelo e rival americano. É extenso o número de romances
publicados em seu nome, muitos dos quais levados à tela. De entre todos
cita-se Du Rififi Chez les Hommes
(1953), publicado entre nós em 1983 pelas Edições 7 com o título Rififi, o nº 2
da Colecção Alibi. Anteriormente, em 1978, as
Editora A.M. Pereira publica Os
Marginais, Les Pégrilots
(1973) no título original. Len Deighton (1929) – Leonard Cyril Deighton nasce em Marylebone, Londres. Ilustrador, fotógrafo, chefe de cozinha,
professor, agente literário… começa a escrever policiários em 1962 com The IPCRESS File, mais tarde adaptado ao
cinema. A maior parte da sua obra é na área da espionagem. Cria duas séries:
Harry Palmer, com livros editados e a série Bernard Samson,
com 9 títulos. Escreve mais 11 romances de espionagem e 2 livros de short stories.
Em Portugal estão editados alguns livros deste autor. 1 – O Caso IPCRESS (1965) Portugália
Editora 1º livro da série Harry Palmer 2 – Funeral em Berlim (1966) Portugália
Editora, Título Original: Funeral in
Berlin (1964), 3º livro da série Harry Palmer 3 – Um Cérebro de um Bilião de Dólares
(1990) Gradiva, Colecção Não Incomode Título Original:
The Billion Dollar Brain (1966), 4º
livro da série Harry Palmer 4 – Adeus, Mickey
Mouse (1990) Gradiva, Colecção Não Incomode
Título Original: Goodbye Mickey Mouse (1982) 5 – O Que Escondem as Águas (1994)
Gradiva, Colecção Não Incomode Título Original: Horse Under Water (1963), 2º livro da série Harry Palmer TEMA
– ENIGMA POLICIÁRIO – ELIMINATÓRIAS Esta é a
classe de problemas ou enigmas, designados por eliminatórias de muito fácil
decifração, se bem que por vezes, bastante trabalhosas. Trata-se de um
trabalho de lógica através do qual por sucessivas exclusões contidas nas
premissas ou indicadores, se vai delimitando o seu número, até que reste a
única que preenche a hipótese procurada. Consiste em chegar à verdade pela
negação de todas as hipóteses admissíveis, menos uma. A apresentação
desta espécie-tipo é regra geral por alíneas, numa segunda forma acompanhada
de um desenho onde se movimentam algumas figuras do problema. Muitas vezes os
dados são apresentados por uma conversa ocasional, onde se dispuseram os
dados a eliminar. Célebre como o
seu autor, o querido amigo Artur Varatojo, um nome de sucesso na área do
policiário, publicou em 1947, no Jornal de Sintra, um problema deste tipo que
ficará para a história do Policiário, aqui reproduzido. ALGUÉM
GUARDARA O VELHO REVÓLVER Há
precisamente vinte anos naquela mesma sala Jack Grosset
matara um homem. O revólver
assassino escorregara para o chão e alguém o apanhara. Agora a mira
desse velho revólver traçava uma linha recta com o
coração do assassino. Soou um tiro e... Jack Grosset caiu morto. Ricardo Diabo
recordou o caso com um sorriso. Michael Brown
contara-lhe como tudo se passara, então. Ele estava no
bar quando Jack Grosset matara o pai. Grosset deixara cair o revólver e Michael guardara-o. Tinha então
dez anos e tomou conta dos irmãos mais novos. Três rapazes e duas raparigas:
George, Peter, Buck, Dorothy
e Jenny. Jenny era bonita, esguia e atraente, enquanto Dorothy tinha ar másculo que lhe dava uma dureza de
feições sem a fragilidade feminina da irmã. Nenhum
esquecera a morte do pai e Mick ditaria a vingança.
Foi dado a todos o direito igual de vingar o pai. Solenemente Mick meteu uma só bala no tambor vazio e rodou-o várias
vezes até não saber onde ela se encontrava. Então
sortearam entre eles a ordem porque cada um tentaria a vingança. Por capricho o
mais velho ficou marcado para último, imediatamente precedido de George. Qualquer um
podia picar a única bala do tambor de seis tiros. O primeiro como o último, tinham iguais possibilidades. Ninguém sabia
em que altura ia detonar o velho revólver, e essa dúvida transmitia-lhes um
frémito de nervosismo. Combinaram
entrar um de cada vez enquanto os outros do lado de fora com a respiração
suspensa esperariam a detonação O primeiro
deles levantou o revólver e o coração dos outros cinco parou de bater. As
raparigas apertaram as mãos. Soou o
estalido metálico da câmara vazia e o revólver dentro de momentos passava de
mão. George não
perdoou nunca o destino de nunca ter chegado a atirar. Buck quando recebeu a arma das mãos da irmã viu brilhar-lhe nos olhos uma
lágrima rebelde de raiva incontida. Só quando o seu dedo pequeno e bem
modelado premira o gatilho até ao fim, e o mesmo som metálico respondera
negativamente é que a bonita rapariga compreendera a inutilidade da sua
tentativa. Buck, que foi o primeiro deles a irromper no salão após ter soado o tiro,
nunca compreendeu como ninguém reparou nas tentativas dele e dos irmãos que o
precederam. Este foi o
caso que Ricardo Diabo não quis resolver apesar de ter descoberto qual dos
irmãos Brown vingara o pai. E você,
leitor, que também descobriu, diga-nos: Quem matou Grosset?
Porquê? M. Constantino In Policiário de
Bolso,
18 de Fevereiro de 2012
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© DANIEL FALCÃO |
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