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(21.Abril.1925 – 30.Novembro.2019) |
CALEIDOSCÓPIO 54 EFEMÉRIDES – Dia 23 de Fevereiro M. S. Craig (1923-1991) – Mary Francis Shura
(Young) Craig nasce em
Pratt, Kansas, EUA. É uma autora de livros infantis e de romances
para jovens e adultos. Utiliza diferentes pseudónimos, M. S. Craig para os romances policiários. Publica na área do
romance de suspense To Lay The Fox
(1982), Gillian's Chain (1983), The Third Blonde (1985), Flash Point (1987). Em 1990 é eleita presidente dos Mystery Writers of America. John Sandford (1944) – John Roswell Camp nasce
em Cedar Rapids, Iowa, EUA. Jornalista,
autor de bestsellers,
recebe o Prémio Pulitzer do jornalismo em 1986. Rules of Prey, o seu primeiro romance policiário, é editado em
1989; é protagonizado pelo detective Lucas Davenport, numa série com mais de 20 livros e que ainda
se continua a publicar. TEMA – MISTÉRIOS DA HISTÓRIA A MORTE DO HERDEIRO DO FARAÓ A catedrática
Sue Black, chefe de anatomia e antropologia forense
da Universidade de Dundee, na Escócia, foi
convidada para examinar um fragmento de crânio e face do rosto mumificado,
ostentando um nariz rotundo que o identifica como realeza faraónico e por
tal, guardado no Museu do Egipto do Cairo entre outras múmias destroçadas.
Examinando o fragmento, a famosa catedrática, depois de séries de pesquisas e
exames, verificou que se tratava de um varão de entre trinta a quarenta anos
e que o nariz mumificado tinha uma depressão do lado esquerdo devido, sem a
menor dúvida, a um forte golpe capaz de lhe ter provocado por acidente ou
crime. Atendendo à
época, recorreu-se ao testemunho bíblico, dado que aquele nariz pertencera a
Ramsés II (1303?-1213? a.C.) o faraó que inspirara o êxodo com seu filho, já
que ambos haviam conhecido Moisés, sofreram as dez pragas do Egipto e era o
seu exército que perseguira os filhos de Israel. Nas tábuas ou nos hieróglifos
não se registavam qualquer acidente. Sem registos os estudiosos, que nem
sequer põem em dúvida o êxodo e o fracasso do exército faraónico, voltam-se
para os egiptólogos que escavavam o solo do Vale dos Reis. Aí encontram uma
tumba meio destruída onde recolhem o que dizem ser o 1º, 2º, 6º e 9º filho de
Ramsés, o Grande, e que foram retirados. Soe Black, com toda a sua autoridade e conhecimentos mantém
que a fractura encontrada originou a morte, por ter
haver atingido um vaso sanguíneo, tem a forma de uma pedra, uma arma letal
usada nas batalhas na antiguidade. A morte, assim, seria normal para um homem
da sua idade e líder do exército d sereso seu pai,
tratar-se-ia de Amun-her-khepeshef, o primogénito
do Faraó. O êxodo envolveu dois milhões de seres, de entre os filhos de
Israel, enquanto os homens do exército não chegariam aos 20 000, bem armados
mas inúteis em terreno quase sempre adverso. Nada mais fácil do que passar
despercebido o matador, mas não a morte, já que o corpo foi para o Museu do
Cairo. Ontem como
hoje, razões políticas abafam os contratempos cujo conhecimento prejudica a
governação. TEMA
– O CRIME NA LITERATURA NÃO POLICIÁRIA TRAIÇÃO Extracto de Jornadas de Portugal De Antero de Figueiredo O sr. Francisco, velho alquilador, dono e condutor da
traquitana a espedaçar-se nas suas ferragens desconjuntadas, vai-me contando
casos e coisas das terras que atravessamos. A sua cara sem barba, modelada
pelas sombras da face seca e pelos vincos fundos aos lados da boca, na testa
e em volta dos olhos negros que dominam, com expressão fiel, toda esta rudeza
– lembra a dos «homens do Infante», no painel de Nuno Gonçalves. Por
deferência, conversa comigo em língua grave (português), mas com a rara
gentinha triste que vamos topando por estes rudes caminhos, troca dizeres em
ter-mos charros (mirandês) de espanholado falar. – Como vai aqueilha que sabes? – Marie? – Si. – Não me hables delha! – Porquê? – Es una ambrulheira, una cotchina, una… – Que me cuntas?! Nesta altura o
tal Menul (um moço de lavoura tosco e espadaúdo),
fita os olhos de brasa nos olhos mansos do Francisco e, por entre dentes
cerrados esfuzia uma palavra baixa e insolente, a espumar ódio e sangue,
contra a traidora, levantando os braços hirtos de cólera e enviesando o olhar
inviperado na direcção de uma aldeia parda, ao
longe, faz, com as mãos crispadas, um gesto convulso de ameaça tremenda.
Súbito, corta, duro, para o monte, em passadas agrestes. Vai furibundo: leva
na alma o cio de um toiro e o ciúme arreganhado e noctívago de um felino
montês. O cocheiro
ainda lhe gritou do alto da boleia: – Manul, anda cá! – Adius! – Que tengas juizio!… E para mim: – A cabra da rapaza!… Pregou-lha!…É rês ao monte!… – Mata-a? – O mais
certo. Nestes sítios, as mortes são só por vinho ou por mulheres. M. Constantino In Policiário de
Bolso,
23 de Fevereiro de 2012
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© DANIEL FALCÃO |
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