|
|||||
(21.Abril.1925 – 30.Novembro.2019) |
CALEIDOSCÓPIO 66 EFEMÉRIDES – Dia 6 de Março Thomas B. Dewey (1915-1981) –
Thomas Blanchard Dewey nasce em Elkhart,
Indiana, EUA. Professor e editor, em 1944 escreve a sua primeira obra Hue and Cry; seguem mais 34 livros e um total de 50 contos.
Cria três séries diferentes: Siger Batts, um proprietário de hotel que resolve mistérios,
Mac, um detective privado de Chicago, que soluciona
os casos com a ajuda da mulher e Pete Scholfield um
detective privado compassivo. Este autor, que é Director da Mystery Writers of America
em 1960, usa também os pseudónimos literários Gord Wainer e Tom Brandt. William F. Nolan (1928) – William Francis Nolan nasce em West Hills, Califórnia. É mais conhecido como co-autor,
com Bradbury, Beaumont e Richard Matheson forma o núcleo duro do Southern California Group.
Torna-se escritor a tempo inteiro só em 1956, mas desde 1951 até agora já
produziu mais de 1500 artigos, contos e livros. Os seus contos de mistério,
terror e ficção científica são seleccionados para
dezenas de antologias e livros didácticos e estão
adaptados ao cinema e televisão. Este autor é um dos maiores especialistas em
Dashiell Hammett, a sua
obra Dashiell Hammett: A Casebook (1969) recebe um Special
Edgar Award em 1970 e Hammett: A Life On The Edge (1983) é
considerada a melhor biografia escrita sobre o criador de Sam Spade. Wessel Eberson (1940) – Wessel Schalk Ebersohn nasce na Cidade do Cabo, África do Sul. É um
autor reconhecido internacionalmente. Escreve uma dezena de livros, alguns
dos quais thrillers. Na série Yudel Gordon estão
publicados A Lonely
Place to Die (1979), Divide the Night
(1981), Closed Circle
(1990), The October Killings (2011) e Those Who Love Night (2012). TEMA – BREVE HISTÓRIA DA LITERATURA POLICIÁRIA –
4 (continuação de CALEIDOSCÓPIO
53) A tradição chinesa não conhece pré-história no
sentido arqueológico, a evolução deve-se a San Huang e Wudi,
os três soberanos, e cinco imperadores que parecem ter reinado 647 anos a
partir de 28 a.C.. A Idade Média
fez-se sentir diferentemente no Oriente. O culto dos heróis, a perfeição e a
justiça, sempre tiveram um papel cimeiro na vida e costumes de celeste
império. Durante três mil anos, de madrugada e ao fim da tarde promoviam-se
audiências. Cedo, as ordens e história, arte e literatura eram gravadas em
placas de bambu ou bronze depois em pergaminho, documentos valiosos cuja existência
comprovam o sentido da história da civilização chinesa. Durante um
período de evolução conturbado de lutas internas, destruiu-se, pela queima,
muito do pacientemente arquivado, mas os manuais e guias foram resguardados
e, posteriormente, também outros acabaram por ser reconstruídos. Não admira
pois, que a China, diferentemente de outros povos em que só tardiamente se
levou à escrita a tradição oral, ofereça maior fortuna de recolha para o
assunto em causa. As aventuras
de Hsuch Hsuam, um hábil
observador e inteligente personagem, protótipo de um inteligente detective, são-nos revelados por Ying-Shao,
um chinês que terá vivido em 178-197 da Era Cristã, recordados num livro o Fengshu’surig,
de que se conhece a sua existência mas do qual não se sabe o actual paradeiro. Conta-se que
em Linhuai, um vendedor de sedas, levou uma peça
desse tecido impermeável, para a vender na cidade. Tendo entretanto começado
a chover, abriu-a sobre a cabeça para se abrigar e, em breve, um outro homem
veio proteger-se sob a peça. Ao parar a chuva, ambos começaram a disputar
sobre a posse da seda. Hsuch Hsuan,
que passava, aproximou-se e disse: — Essa peça de seda impermeável vale apenas
algumas centenas de moedas. Por que brigar por causa dela? De seguida cortou-a em dois pedaços e deu um
deles a cada um dos contendores. Depois, continuou a olhá-los e viu que um
dos homens protestava que tinha sido enganado, ao passo que o outro parecia
satisfeito. Assim, deduziu a quem pertencia a seda. O verdadeiro dono protestava. Só aquele a quem
não pertencia poderia estar satisfeito pois saíra a lucrar. Ele acabou, pois, por ser declarado culpado e
condenado. Lu Tchi-Chen, cujo nome chinês significa profunda sabedoria,
demonstra perfeitamente o cognome a fazer sombra a um Dupin
do Século XIX, na história de Ying Shao, já referenciado, que pelos vistos, conhecia
personalidades de destaque. Transcrevemos
a conclusão no caso do roubo das moedas a um garoto vendedor de bolos. Lu Tchi-Chen falou vagarosamente: – A justiça não é uma dádiva para conceder
somente àqueles que são suficientemente sábios e profundos para a merecer.
Quando se pede justiça, o simples pedido é o bastante. Capitão Ting vamos dar o passeio em que fazes tanto empenho.
Distinguiremos uma moeda do cobre de outra moeda de cobre e descobriremos o
ladrão no meio de um milhar de homens. Segue-me. Tu, disseste, capitão Ting, ser impossível distinguir uma moeda de cobre de
outra moeda de cobre. Mas isso não era verdade. As moedas de Ah Tchuan podiam ser identificadas. Durante algum tempo,
tinham estado metidas num saco juntamente com bolos fritos de fresco.
Portanto, deviam estar sujas e gordurosas, tal como as mãos e roupa do
garoto. O teu desejo de ir ver o cortejo, Capitão Ting,
deu-me uma ideia para suscitar a curiosidade do gatuno de modo a atraí-lo ao
tribunal juntamente com a multidão. Depois, arranjei um pretexto para que
todos deitassem uma moeda de cobre no meu jarro de água. Quando vi aparecer
gordura à superfície da água, fiquei sabendo que a pessoa que deitara aquela
moeda era a que eu procurava. E Lu Tchi-Chen finalizou: – Nunca se deve negar justiça, Capitão Ting, nem mesmo considerá-la impossível. O Dr. Robert Hans Van Gulik
(1910-1917), um erudito holandês que desde a infância viveu no Extremo
Oriente, designadamente na China, onde se apaixonou pelas letras e artes
locais, traduziu numerosos textos, entre os quais o Tang-Yin-Pi-Slu uma espécie de manual
de detecção reportado aos primeiros séculos da
nossa Era e até ao séc. XIII, composto por dezasseis volumes e cento e
quarenta e quatro casos, constituindo um reportório excepcional
para a história da criminalidade. Van Gulik começa por traduzir um romance policial chinês do
Século XVIII, mas reportado a 630-670, o Wu-Tse-Szu-Tu-Chi-An, publicado como Dee Goung An, Three Murder Cases Solved by Judge
Dee, a partir do sucesso deste livro, aproveita
tais relatos para ficcionar alguns dos muitos casos ali expressos com excepção de alguns, poucos, como o ocorrido no anode 950 com a descoberta de um cadáver decapitado da
esposa de um vendedor, cuja investigação está a cargo de um cidadão curioso e
sagaz, na generalidade, e ao juiz (uma antecipação de Perry Mason elevado à magistratura) a quem compete investigar e
punir, sendo, por vezes, mais detective que juiz.
No rol de magistrados constantes dos referenciados dezasseis volumes,
reportado a várias épocas, mencionam-se Yen Tsun, Sun Pao e, sobretudo Ti Yen-Tsie (na tradução inglesa, Dee
Yen-Diejh). As histórias
que proporcionam exercícios de dedução, muito próximas das narrativas
policiárias clássicas, sempre tiveram extrema tradição quer, na Índia,
Pérsia, ou entre árabes e judeus. São fontes e datas que, nem sempre, é
possível apurar e nem sempre correspondem aos autores das recolhas. É de uma data
intermédia entre 858-932 d.C. período da vida do árabe Abou Diafar Mohammed ben Djenn ai Tabori, a narração
cujos traços lembram Zadig, de Voltaire – a
referenciar – e ainda que em versão muito mais curta, consta de
"Talmude" e também do Alekezwara Kathara, traduzido do sânscrito, impossibilitando uma
indagação real sobre a prioridade da origem. Um ateniense
que viajara até Jerusalém para estudar, ali permaneceu três anos recolhendo
sabedoria. Por fim, comprou um escravo zarolho e levantou-se em voz alta: – Depois de três anos não consegui mais que
comprar um escravo zarolho! O comerciante respondeu: – No entanto é um homem muito inteligente,
acredita. Quando saíram da cidade, o escravo disse-lhe: – Apressemo-nos e teremos companhia. E a conversa continuou – Há então alguém que nos procede neste caminho? – Sim. E vai com eles um camelo zarolho que leva
dois meninos e duas cargas, uma de vinho e outra de vinagre. Está a quatro
milhas de nós…e o cameleiro é um pagão. – Pela coroa de Cristo. Com um só olho podes ver
que esse camelo é também zarolho? – Porque não vai pastando a erva de mais que de
um lado do caminho. – E como sabes que leva meninos? – Porque se apearam e deixaram rastos no chão;
são pegadas pequeninas. – Como sabes que leva cargas de vinho e de
vinagre? – As gotas de vinho são submergidas
pela terra com o sol, as de vinagre causam efervescência. – Mas então como sabes que o cameleiro é um
pagão? – Porque urinou no caminho e um judeu sempre se
afasta dele para esse efeito. – E como sabes que estão a quatro milhas de nós? – Porque não se reconhece a pisada de um camelo a
mais do que a essa distância. TEMA
– ARMAS – CALIBRE É importante
conhecer as diferenças de calibres das armas. Em Portugal e França usam-se os
milímetros, em Inglaterra e Estados Unidos, a polegada. Inglaterra-----------EUA-----------Portugal 250-------------------25--------------6,25 280-------------------28--------------7 300-------------------30--------------7,65 320-------------------32--------------8 350-------------------35--------------9 410-------------------41--------------10 440-------------------44--------------10,6 450-------------------45--------------11,25 M. Constantino In Policiário de
Bolso,
6 de Março de 2012
|
||||
© DANIEL FALCÃO |
|||||
|
|