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(21.Abril.1925 – 30.Novembro.2019) |
CALEIDOSCÓPIO 67 EFEMÉRIDES – Dia 7 de Março Michael Ridpath (1961) – Nasce em Devon,
Inglaterra. Trabalha na área bancária como corrector
na City londrina; o seu primeiro livro, Free To Trade
é escrito aos fins de semana e depois da sua
publicação o autor abandona a City e dedica-se à
escrita. É autor de thrillers que
têm como cenário o mundo da alta finança: Free
to Trade (1994), Trading Reality (1996), The Marketmaker (1998), Final Venture (2000), The Predator
(2001) e Fatal Error (2003); na
série Alex Calder: On The Edge
(2005) e See No Evil
(2006). Cria ainda a série Fire & Ice, passada
na Islândia: Where the Shadows Lie (2010), 66° North (2011), Edge of Nowhere
(2011) – um conjunto de short stories, só
disponíveis em formato digital e Meltwater agendado para Junho deste ano. Em Portugal
estão editados os seguintes livros de Michael Ridpath: 1 – Negociações Perigosas (1995),
Editorial Caravela. Título Original: Free
To Trade (1994) 2 – Realidade Capital (1996), Editorial
Caravela. Título Original: Trading Reality (1996) 3 – O Suspeito Principal (2001), Nº36 Colecção Fio da Navalha, Editorial Presença. Título
Original: Final Venture (2001) 4 – Onde Moram as Sombras (2011), Nº33 Colecção Minutos Contados, Editorial Presença. Título
Original: Where the Shadows Lie (2010) TEMA – ESPIONAGEM – ESCOLA DE AGENTES SECRETOS - 2 (Continuação do Caleidoscópio
55) Codificar e
descodificar uma mensagem, ainda que os serviços criptográficos possuam
sofisticado equipamento para o efeito, atingindo um plano alto sem paralelo e
cresce constantemente, de tal modo que hoje o objectivo
da criptografia não é ocultar a existência de uma mensagem, mas sim o seu
significado ininteligível. Se o inimigo interceptar
uma mensagem esta será ilegível e impossível recrear o conteúdo sem conhecer
a cifra. Por exemplo o microponto é uma forma de criptografia
que se tornou popular durante a 2ª guerra mundial. Usada pelos agentes
alemães que reduziam fotograficamente uma página de texto até um ponto com
menos de um milímetro de diâmetro, para desespero dos americanos que em 1941,
através do FBI, descobriram o primeiro microponto,
por intermédio da contra-espionagem. A arte
criptográfica é extraordinariamente antiga. Dos Lancedemónios
a Júlio César, S. Bonifácio, Napoleão, passando pela obscura Idade Média,
através dos religiosos, aos tempos presentes, existe uma história
apaixonante. Na longa
distância do tempo a comunicação através de fogueiras no alto das montanhas,
ao costume dos índios, cartas escondidas nas sandálias e brincos das
dançarinas que acompanhavam os exércitos, crânio rapado dos escravos onde se
escrevia a mensagem e se deixava crescer o cabelo, pombos correio aetc. Até se chegar ao telégrafo e à rádio. Os métodos
antigos e processos manuais de escrita eram: 1 – Processo
de substituição em que as letras reais do alfabeto são substituídas por
falsas letras (código), como o usado por Júlio César, em que cada letra era
substituída pela 3ª seguinte. As letras podem ser substituídas por números ou
sinais de qualquer ordem. Estes últimos são mais difíceis de decifrar e mais
perigosos, porque o expedidor e o receptor têm de
possuir cópias do código. Voltando ao
código de substituição por letras de César, temos: A = D B = E C = F D = G E = H F = I G = J H = K ... Exemplificando
com a palavra HONRA = KRQUD Está fora de
questão apresentar uma visão técnica, ainda que sumária de todos os códigos
dada a complexidade do tema. Registamos, no entanto um simples método
geométrico. Suponhamos que a mensagem a transmitir é TROPAS ATACAM
HOJE Transcrevemos
a mensagem verticalmente de modo a formar um quadrado T A A H R S C O O A A J P T M E Encriptando
resulta: TAAHRSCOOAAJPTME TEMA
– CONTO DO VIGÁRIO – À SENHORA PORTEIRA De Gustavo Barosa O nosso
trabalho de hoje é-lhe dedicado a si, simpática porteira de um prédio anónimo
numa cidade algures. É uma história, talvez divertida, de um dos cada vez
mais vulgares casos de burla. Já lhe
aconteceu, por certo, receber na portaria encomendas para um locatário
ausente em férias. Um armário, por exemplo. O que faz, normalmente? Se calhar… vai
buscar a chave do apartamento do tal senhor, guia os homens encarregados da
colocação do armário, abre-lhes a porta, assiste à descarga do material e,
por fim, fecha cuidadosa e profissionalmente a porta, quando saem os funcionários
da casa que vendeu a peça de mobília. Atenção… pois!
Se faz só isto – não chega. E para lhe provarmos que, efectivamente, deve fazer algo mais, vamos contar-lhe a tal história
que aconteceu a uma colega sua. Certa manhã, a
sua colega recebeu a visita de 4 homens que transportavam um armário. Diziam
eles que se destinava a casa do Senhor X, do 1º esquerdo, ausente em férias
mas que, antes de partir para a praia, tinha encomendado na loja “tal”
armário que hoje vinham entregar. A porteira fez, exactamente,
o que acima descrevemos e regressou a sua casa a tratar do almoço. Por volta do
meio da tarde, os mesmos homens e a mesma camioneta voltaram, e com as suas
desculpas, comunicaram-lhe que tinha havido um engano. O armário que tinham
trazido para o 1º esquerdo estava trocado. Aliás, via-se logo que tinha
havido um erro, pois ele até contratava com o estilo de decoração da bela
casa. Se fazia o favor, voltava a acompanhá-los, pois precisavam de levar de
novo o tal armário que teriam de entregar no mesmo número mas na rua
paralela. O do Senhor X viria dentro de dois dias. Ã senhora
porteira nem hesitou. Acompanhou “as visitas”, assistiu à recuperação do
armário trocado, verificou, cuidadosamente, se tudo estava em ordem,
regressou a casa e nem pensou mais no facto. Nem sequer os empregados não
voltarem, já que dois dias para o entregar de uma encomenda duram, muitas
vezes, dois meses. O pior é que,
quando o tal senhor X, do 1º esquerdo, voltou, o prédio andou em bolandas. A
sua casa tinha sido assaltada e tinham levado os objectos
mais valiosos. Por certo já
descobriu como foi, não é verdade? Foi assim
mesmo. Dentro do armário ia um 5º ladrão que, durante as poucas horas que
permaneceu, calmamente, na habitação deserta, teve tempo de seleccionar e embalar (para não fazerem barulho) os
haveres mais caros que, pelas suas dimensões, podia transportar. No regresso,
armário, ladrão e valores passaram ao pé da porteira sem que ela desconfiasse
do clandestino e do contrabando. E esta? Vá lá
a gente confiar nos outros! Por isso, em
situação semelhante, não hesite. Peça identificação, confirme junto da casa
ou do inquilino, veja notas de encomenda. Em resumo – faça o que puder… mas
faça mesmo. Olhe que
“eles” estão cada vez mais espertos! M. Constantino In Policiário de
Bolso,
7 de Março de 2012
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© DANIEL FALCÃO |
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