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(21.Abril.1925 – 30.Novembro.2019) |
CALEIDOSCÓPIO 91 EFEMÉRIDES – Dia 31 de Março Lionel Davidson (1922-2009) – Lionel Davidson
nasce em Hull, Yorkshire, Inglaterra. Jornalista, repórter, editor e escritor
conceituado. Publica o primeiro livro The Night of Wenceslas
em 1960 e com ele ganha o Gold Dagger, o
prestigiado prémio da britânica Crime Writers Association para o melhor romance de espionagem. No total
o autor escreve 6 livros policiários, a maioria com elemento forte, uma
descrição precisa dos locais onde decorre a acção –
Praga, Alemanha Oriental, Tibete, Israel – consequência da profissão de
repórter internacional do autor. Volta a ganhar o Gold Dagger
em 1966 com A Long Way
to Shiloh e em1978 com The Chelsea Murders. Escreve também 4
livros de aventura/suspense para jovens com o pseudónimo David Line. TEMA – PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA A QUESTÃO DO “COMO?” A clássica
apresentação de problemas, por mais engenhosas que sejam na forma, termina,
com pouca mutabilidade, pelo clássico desafio: Quem? Porquê? No quem
pretende-se um elemento identificador, em geral do suspeito ou criminoso; no
porquê, a justificação da afirmativa ou negativa proposta para o quem. A
narração, em sequência, havia já informado como foi cometido o crime ou,
noutros casos, descrito a sua execução. Não é
diferente, no seu conjunto, do sistema tradicional na novela ou romance de
tema policiário. Um outro
elemento pode, em determinadas condições, entrar em causa: o como? Conhecemos o
quem, o porquê, ignoramos o como. Para esta
hipótese, o puzzle (enigma) contém crime, criminoso, ou só um deles, motivo,
oportunidade, etc. Carece de uma única peça: como foi praticado. Como
encaixar essa peça no conjunto geral? Como pode a vítima apresentar um buraco
de bala se não existe, nem poderia existir, arma? Como passar, invisível, na
presença de atentos observadores? Os exemplos da
necessidade de encontrar o como? são múltiplas,
mesmo na vida real não faltam situações que podem pôr à prova os mais
apetrechados detectives. São imensos os
casos da vida real que nos podem pôr a questão do como?. Não
resistimos, antes de transportarmos a acção para a problemística, em citar um dos grandes mistérios do como? Certo dia, o
professor de uma universidade de Calcutá, descobriu
escandalizado que alguém, constante e sistematicamente, fornecia aos alunos,
com antecipação, as perguntas dos exames (caso não inédito em Portugal).Uma
cuidadosa investigação não conseguiu desmascarar o culpado. Providências
sem conta foram tomadas para impedir a repetição deste facto, mas nenhuma
delas obteve sucesso. Finalmente um prelo manual foi instalado numa sala
cuidadosamente vigiada e a impressão dos questionários das provas foi
confiada a um único impressor, de carácter e reputação inatacáveis. O impressor
era auxiliado por uni jovem nativo, vestido apenas com uma tanga e um
turbante, que era despido e revistado quando deixava o recinto. Apesar de
todas essas precauções, os questionários continuavam a ser divulgados com
toda a regularidade. Por um
processo de eliminação chegou-se a conclusão de que o ladrão só poderia ser o
ajudante, e uma constante vigilância foi organizada em torno dele. A questão era
como? Como
conseguiria o ajudante; apesar de despido e revistado, sair do compartimento
fechado e extremamente guardado com o questionário subtraído? Como? No
entanto, fazia-o facilmente. Pensou?
Descobriu? Vejamos: Depois da composição
do exame o ajudante, aproveitando-se de uma momentânea ausência do impressor,
tirava a tanga e sentava-se sobre a página de tipos de metal. A impressão
assim obtida não era visível na sua pele escura e, mais tarde, quando chegava
a casa, bastava sentar-se sobre uma folha de papel branco para ter as
questões reproduzidas numa cópia quase perfeita. Copiava essa
cópia, lida por meio de um espelho por estar invertida, que a seguir
policopiava e vendia entre os alunos... TEMA — ENIGMA PRÁTICO O TESOURO ESCONDIDO De Austin Ripley
(EUA) Trabalhando
secretamente num caso de audacioso roubo de jóias e
dinheiro, Fordney, disfarçado de escritor
excêntrico, alugou um chalé na pequena aldeia de Mumset,
até onde o levava uma pista que aí desaparecia. No bar Phoenix
o criminalista meteu conversa com um homenzarrão de nome Abner Wren, cujas fanfarronadas o intrigavam. Fingindo-se
embriagado, pagou várias bebidas a Wren, e veio a
saber que este era fazendeiro numa região próxima. Seguiu-se um momento de
emoção. Piscando os olhos, o camponês, já inteiramente tonto, falou num mapa
secreto, que trazia no bolso, num esperto parente da cidade e num tesouro
enterrado. Disse que precisava apressar-se a pôr mãos à obra. Habilmente, Fordney revistou-lhe os bolsos, tirou o mapa, anotou os
seus pormenores essenciais e tornou a colocá-lo no lugar. Não havia
dúvida de que indicava o esconderijo do produto do roubo que ele andava a
investigar. Mas, que fazer? O mapa mostrava o tesouro enterrado entre duas
grandes pedras, distantes dez pés uma da outra, situadas num campo a cinco
milhas da aldeia. Não havia tempo para pedir auxílio. Ele não possuía
instrumentos a não ser uma faca. Além disso, era seu intuito prender o
cérebro da quadrilha: Reggie Arden,
Afinal, resolveu o problema! Mas precisava chegar ao local antes de Wren. Três horas
mais tarde, no chalé de Fordney: Xerife Wedgeon – Quer dizer, Fordney,
que viu Wren cavar quinze pés no local indicado no
mapa, depois em volta do buraco, mas que ele não encontrou nada? Você não
cavou em lugar algum e, no entanto, sabe que o tesouro ainda está no mesmo
sítio… Wedgeon estava furibundo. Fordney – Exactamente. O
dinheiro e as jóias estão no lugar onde foram
enterrados originariamente. Venha, xerife. Vamos buscá-los, e é bem possível
que deitemos a mão a Ardell no local, tão
boquiaberto como o senhor… Pergunta-se:
Qual o ardil que Fordney empregou para vencer Wren e Ardell? Qual a solução?
Puxe pela cabeça, o caso poderia dar-se consigo e com algo que tivesse
escondido e encontrar-se na situação de Fordney.
Que teria feito? Como resolveria? A resolução
depende do seu próprio engenho. M.
Constantino In Policiário de
Bolso,
31 de Março de 2012
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© DANIEL FALCÃO |
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