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(21.Abril.1925 – 30.Novembro.2019) |
CALEIDOSCÓPIO 92 EFEMÉRIDES – Dia 1 de Abril Edgar Wallace (1875-1932) – Richard Horatio Edgar Wallace nasce em Greenwich, Inglaterra. Jornalista, argumentista, escritor e editor está
considerado como um dos melhores autores de romances policiários. O seu
trabalho como correspondente de guerra dá-lhe conhecimentos sobre o mundo da
espionagem. Publica o primeiro romance em 1905 The Four Just Men, com que inicia uma série de 6 títulos. Cria o
Comissário Sanders, o Lieutenant
Bones e o detective J. G.
Reeder entre outros. O guião de cinema mais
conhecido é o famoso King Kong. Deixa uma vastíssima obra, também publicada
em Portugal por diferentes editoras: Círculo de Leitores, Dêagá,Gradiva,
Livros do Brasil, Minerva e Publicações Europa America. Ver HOMENAGEM
EDGAR WALLACE no Caleidoscópio 41 clicando AQUI Maurice Arcy (1888 -1946) –
René Baudu nasce em França. Escritor policiário e
de ficção científica usa o pseudónimo Maurice Arcy.
Publica La Formule Rouge, Le Maître de la Guerre
e Le Tueur de Cerveaux. TEMA – NARRATIVA QUATRO IMAGENS DA ROSA IMAGEM 1 Flor de doce perfume
(Enciclopédia) Diz a lenda … e a nobre senhora receando a ira do seu real esposo, com
um olhar suave, mostrou exclamando – São rosas,
Senhor... IMAGEM 2 Caracteriza-se por folhas imparipinuladas e caule
com ESPINHOS (Enciclopédia) É um facto que: Numa tarde de
sol, a senhora Stevenson tratava do seu jardim
quando a senhora Butler, sua vizinha parou para
admirar o roseiral. Colhendo uma rosa vermelha, a Sra. Stevenson
foi até ao portão e, com um sorriso amável ofereceu-a à admiradora. A Sra. Butler aceitou a flor com gratidão e levou-a ao rosto
para lhe sentir a fragrância, após o que trocou algumas palavras com a
ofertante, despediu-se e dirigiu-se ao lar. Frente à sua
residência começou a sentir-se mal. Cambaleante, trémula, e transpirando
profusamente, conseguiu chegar ao quarto, deitando-se na cama, quase
desfalecida. Aguardou no
leito várias semanas presumindo que a enfermidade fosse uma das muitas
doenças tropicais que então grassavam na região. Contou então a
John Middleton, indivíduo das suas relações, que
poucos minutos antes de ser atingida pela doença havia cheirado uma flor que
lhe dera a vizinha. Tanto bastou
para Middleton convencer a amiga de que a flor
continha bruxaria. Middleton fora uma das vinte pessoas que recentemente
haviam sido acusadas de “pacto com o Diabo”. Fora sujeito ao”Suplício
da Água”, escapando ao afogamento por confessar que era realmente bruxo e
implorando perdão público para os muitos e horríveis pecados que havia
cometido, pecados esses que iam desde o furto de galinhas e perus, do
“gazear” nos tempos de estudante, ao dormir com a mulher do próximo. As autoridades
tomaram conhecimento do caso. A Sra. Butler foi submetida a interrogatório e acusou a vizinha
de haver posto feitiço na rosa que lhe ofertara. Sua filha chegou mesmo a
acrescentar que tinha apanhado a rosa do chão, onde sua mãe a deixara caída,
e que a rosa estava negra e orvalhada. A senhora Stevenson não tardou a ser presa. Um “júri” de sete
mulheres desnudaram a acusada percorrendo minuciosamente todo o seu corpo,
procurando sinais ou verrugas que, no dizer dos entendidos em bruxarias,
costumavam ser “chupados pelos demónios”. A pele, é
certo, não continha o mais ligeiro indício de mancha, mas, dentro da boca da
acusada, segundo declarações do “júri”, havia “duas pequenas tetas”,
consideradas provas bastantes de que a senhora era de facto feiticeira. Condenada,
morreu na forca, sustentando até que a vida se extinguiu, a sua inocência e
ignorância do que fosse bruxaria, arte diabólica ou espíritos sobrenaturais. Chamava-se, na
realidade, Christian Stevenson, tinha quarenta e
cinco anos, viúva, de temperamento alegre, cabelos castanhos e tez clara.
Vivia num bungalô à beira da estrada, nas cercanias
de Hawilton –Bermudas –naquele
longínquo ano de 1653. A senhora Stevenson colhera, da rosa, tão só... os
espinhos. IMAGEM 3 SÍMBOLO do regalo e dos prazeres, abraçava as estátuas de Vénus, os pagãos inspiravam-se
neste culto, para impor o uso da rosa às meretrizes
(Enciclopédia) É um facto,
igualmente. Numa tarde de
domingo de Páscoa, no ano de 1959, de céu triste e chuva impertinente, uma
morena alta, vestida de saia preta e blusa vermelha, o que lhe realçava o
corpo atraente, depois de ser estimulada por alguns cálices de martini no Bar do Hotel da Westh
Sixth Street, em Los Angeles, acompanhada de um
corpulento sargento de fuzileiros, registou-se como hóspede do mesmo hotel. Foi-lhe dado o
quarto 303. Ferne Celia Reed Wessel, a bela morena,
conforme foi constatado, hospedava-se habitualmente no hotel, e dele se
servia como lugar de encontro com um variado sortido de amantes. Ninguém a viu
subir ao quarto. Quase 24 horas
depois, o gerente do hotel telefonava á polícia: a empregada da limpeza,
quando pretendia fazer a arrumação do 303, encontrara Ferne
morta. Os polícias
puderam observar o trágico quadro de um violento assassinato. O corpo, quase
nu, estava deitado de través no meio das roupas desarrumadas da cama de
casal. A única peça de roupa que vestia, a combinação, achava-se em tiras e
não cobria os feios ferimentos que realçavam a carne que antes fora
desejável. À volta do pescoço, num laço frouxo, a blusa que usara. Marcas de
dedos enfurecidos imprimiam-se nas lívidas e macias carnes da garganta da
vítima. – Estrangulada
– sussurrou um polícia. – E sufocada –
acrescentou outro. Enquanto
esperavam o médico legista, os detectives
puseram-se a observar o quarto. Como todos os quartos de hotéis destinados a
amores clandestinos, nada dizia dos seus ocupantes. O que restava das roupas
da mulher estavam caídas sobre uma cadeira ou caídas no chão, rasgadas, como
se tivessem sido arrancadas brutalmente. Na casa de banho adjacente, na pia
cheia de água, flutuava uma rosa amarfanhada. – Assassinato
e rosas! – comentou um polícia. – Estas pobres
infelizes não aprendem. É sempre a mesma história – sentenciou o outro. Depois que o
grupo de peritos efectuou o seu trabalho,
procurando impressões digitais e outras pistas, depois que o corpo foi
removido, a polícia prosseguiu as investigações junto dos fregueses do bar e
do hotel. Todos os
suspeitos se comprovaram inocentes. Sete meses depois, a despeito de todo o
esforço desenvolvido, o criminoso, “o estrangulador da rosa”, como passou a
ser designado, continuou desconhecido e à solta. Em 22 de
Novembro, um outro crime monstruoso, em idênticas circunstâncias, veio
relembrar o caso Ferne. Numa casa reboque, em Polk Street, Sylmar, a noroeste
de Los Angeles, Nancy Louise Tardy,
de 28 anos, mas também bonita morena, foi encontrada estrangulada, nua, de
braços e pernas abertos sobre a cama. As roupas jaziam em pedaços à sua
volta, como se tivessem sido arrancadas violentamente do seu corpo. Desta vez, as
impressões digitais colhidas conferiam com as de Donald
Kinnan, e Kinnan
desaparecera misteriosamente. Toda a grande
máquina policial se movimentou. A prisão do suspeito foi solicitada a vários
Estados, e um boletim com a sua descrição era diariamente transmitido na
Rádio e na Televisão. Somente, porém, em 2 de Dezembro, enquanto a caçada
prosseguia, um homem de cabelo ondeado, roupas esfarrapadas, barba crescida,
entrou no posto policial de San Fernando Vallery, e
se identificou. – Sou Donald Kinnan. Minutos depois
confessava-se autor da morte de Nancy Tardy, do
assassinato de Ferne Wessel,
contando que, num impulso irresistível que o dominava, nove vezes, em várias
cidades, tinha sufocado prostitutas até à morte. … a todas deixara uma rosa… o símbolo. IMAGEM 4 Passou também a ser símbolo de luto e assim se
tornou usual enfeitar com rosas as sepulturas
(Enciclopédia) No dia a dia. Numa aldeia,
numa vila, numa cidade, algures em qualquer lugar da terra… …sobre uma sepultura recente a mão de uma criança depõe uma
rosa… M.
Constantino In Policiário de
Bolso,
1 de Abril de 2012
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© DANIEL FALCÃO |
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