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(21.Abril.1925 – 30.Novembro.2019) |
CALEIDOSCÓPIO 104 EFEMÉRIDES – Dia 13 de Abril Eudora Alice Welty (1909-2001) –
Eudora Welty nasce em Jackson, Mississippi, EUA.
Formada em publicidade trabalha na rádio, jornais e na WPA (Works Progress Administration, a
maior agencia americana com projectos de
intervenção social), o que lhe fornece material para muitos dos seus livros.
Apaixonada pela fotografia e pela escrita, publica em 1936 o seu conto The Death of a Traveling Salesman, na revista literária Manuscript.
Até 1972 publica 9 romances e vários volumes de short stories. O género literário muito
diversificado – memórias, tragicomédia, crime, mistério – proporciona à
escritora um vasto conjunto de prémios (incluindo Pulitzer
Prize em 1973) e torna-a numa das mais importantes
autoras americanas do século XX. Na área do policiário destaca-se A Worn Path, reconhecido como um
dos melhores contos da escritora premiado com o 2º prémio O. Henry Award em 1941; The Robber Bridegroom um
romance de 1942, que junta mistério e fantasia; e The Ponder Heart
(1953), adaptado a uma peça da Broadway. A autora recebe ainda o The Raven Award
de 1985 atribuído pela Mystery Writers
of America. Em Portugal
estão editados: 1 – Os Ventos e Outros Contos (2008),
Editora Antígona. 2 – O Coração dos Ponders
(2009), Colecção Ficções Editora Relógio d'Água.
Título Original: The Ponder Heart (1953), 3 – Os Melhores Contos (2009), Colecção Ficções Editora Relógio d'Água. Bill Pronzini (1943) – William
John Pronzini nasce em Petaluma,
Califórnia EUA. É considerado um mestre do policiário, não só pelos livros
que escreve, mas também pelo seu trabalho como antologista Constam da sua
obra literária: 36 romances da série Nameless Detective iniciada em 1971 e com o 37º livro agendado
para Julho deste ano; 29 romances policiários escritos entre 1971 e 2010; 3
livros da série John Quincannon; 4 romances da
série Dan Connell sob o
pseudónimo Jack Foxx; 1 livro escrito sob o
pseudónimo Alex Saxon; co-autor
de 6 romances policiários; autor e co-autor de 3
livros sob o pseudónimo William Jeffrey; co-autor de 2 livros da série Charlie Chan
sob o pseudónimo Robert Hart Davis. No campo das short stories
Bill Pronzini publica 3 colectanêas
de livros e escreve 130 contos. Juntam-se ainda 12 short stories
com o pseudónimo Jack Foxx e 14 como William Jeffrey. O autor é também responsável pela edição de 20
antologias de crime, mistério, ficção científica e terror. A lista de prémios
é muito extensa e reflecte bem a importância da sua
obra literária. Em Portugal temos: 1 – Gritos Na Noite (1986), Nº25 Colecção Livros de Bolso, Série Pêndulo, Publicações
Europa-América. Título Original: Night Screams (1979). Nota: Antologia editada por Bill Pronzini e Barry N. Malzberg 2 – Estilhaços (1992), Nº124 Colecção Clube do Crime, Publicações Europa-América.
Título Original: Scattershot
(1982). Nota: 8º livro da série Nameless Detective 3 – O Caso do Anel de Jade (1993), Nº136 Colecção Clube do Crime, Publicações Europa-América. Título
Original: Quicksilver
(1984). Nota: 11º livro da série Nameless Detective 4 – Balada da Solidão (2004), Nº664 Colecção Vampiro, Livros do Brasil. Título Original: Blue Lonesome
(1995). Nota: Nomeado para o Anthony Award, Best Novel em 1996. TEMA – PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA O ENIGMA PSICOLÓGICO Métodos
particularmente avançados de chegar à verdade estão a ser usados com
frequência cada vez maior, por todas polícias do mundo. Os princípios
informam-se em: 1 – Detector de mentiras Larsen; 2 – Método de
expressão matriz de Lúria; 3 –Prova psico-analítica de Jung. Todas elas se
justificam, objectivamente, em avaliar e determinar
o grau de sinceridade ou verdade dos acusados, declarantes ou simples
testemunhas em relação aos relatos sobre que são ouvidos. Detector de mentiras, da invenção do psicólogo
norte-americano Larsen, consiste num aparelho onde se obtém o registo gráfico
da pressão arterial e da respiração, associada ao interrogatório, no qual,
com perguntas que se sabe de antemão se obtêm respostas verdadeiras se
intercalam outras directamente ligadas com o caso.
O registo gráfico obtido acusará, face ao ritmo da respiração e circulação
sanguínea, onde o acusado responde com sinceridade ou não. Tal sistema
tem vindo a sofrer aperfeiçoamentos, como os aplicados pelo psicólogo Bernussi e Burt, rondando
presentemente, um grau de perfeição muito completo. O método de
Lúria que assenta, fundamentalmente, nas alternativas que uma série de
movimentos musculares ordenados podem acusar no decorrer do interrogatório,
corresponde, embora de forma diversa, ao mesmo princípio do anterior método. Um e outro têm
sido usados, até aqui, na problemística policiária,
ao contrário do processo psico-analítico de Jung. Na psique do
autor de um delito oculta-se um sentimento de culpabilidade que é necessário
excitar. De uma lista
de perguntas previamente elaboradas e respeitantes ao facto que se supõe
querer ocultar a pessoa que se interroga, intercalarmos outras que nenhuma
ligação têm com o facto, as reacções observadas,
quanto às respostas (demoras, hesitações, naturalidade e prontidão) dão uma
base para diferenciar a emotividade geral. Da emoção
despertada pelo medo de ser descoberta e que a pessoa pretende ocultar – este
é o princípio do sistema de Jung. A primeira –
emotividade geral – é um factor constante que
intervém em todas as respostas às palavras neutras, enquanto
que a segunda v emotividade anormal – se reactiva
face a cada palavra alusiva ao caso – palavras estímulo. O método mais
aperfeiçoado daquele –prova psico-analista
de Abraham Rossanoff-Jung, consiste no seguinte: Instala-se
comodamente o investigador num divã, venda-se-lhe os olhos para evitar
qualquer possível distracção, pedindo-se-lhe que
responda à primeira palavra que lhe ocorrer, com outra palavra, depois de
ouvir aquela, ainda que lhe pareça estranha ou absurda. O investigador
apontará, de seguida no questionário previamente preparado com palavras
neutras e de estímulo, o tempo de resposta em décimos ou centésimos de
segundo, a resposta ou não resposta e todos os sinais que a acompanham:
mudanças de voz, repetição de perguntas, titubear, movimentos de impaciência,
demoras, hesitações, naturalidade e prontidão. Os sinais
reveladores de que o visado oculta os seus verdadeiros sentimentos a respeito
da questão implícita posta através das palavras estímulo, são-nos dadas por: Duração da resposta – os tempos superiores à média
das palavras neutras, são indícios de preocupação em ocultar a sua primitiva
intenção de resposta; Ausência de
resposta – dá-nos a certeza de que o visado não é sincero; Reacção absurda – faz-nos supor uma intenção voluntária
de fugir ao interrogatório a respeito do que quer ocultar; Repetição da
pergunta – pretende ganhar tempo para preparar a resposta; Mudança de voz, titubear, ou manifestações de pouca naturalidade – a
interpretação segundo a personalidade do visado (impressionável, impulsivo,
tímido ou ousado); Naturalidade e
prontidão – indício de que nada oculta. Passando à
exemplificação. TEMA – ENIGMA PRÁTICO DE QUATRO … TRÊS Levados a
efeito em estabelecimentos comerciais, com utilização de gazuas, verificam-se
na cidade, furtos de dinheiro, jóias e outros
valores. Tendo em conta
o número de tais actuações delituosas, as
características de perpetração padronizadas num certo tipo, tudo indicava
determinados indivíduos, em número de três. Procedeu-se a um estudo apurado,
uma vigilância rigorosa sobre um grupo de "espadistas" que vivia
sobre a aparência honesta, breve se concluindo que de quatro assinalados,
três seriam os autores dos furtos. Após
silencioso e longo trabalho a polícia judiciária obteve provas suficientes
para imputar a autoria desses furtos a um de dois indivíduos e a co-autoria a outros dois: o Amorim e o Gago. Procedeu às
prisões, sem conhecimento uns dos outros, conservando-os em regime de extrema
incomunicabilidade. Se não havia, porém, dúvidas quanto à culpabilidade dos
indicados, o mesmo se não poderia dizer em relação ao terceiro homem, Juvenal
ou Lúcio. De
temperamento duro, longo cadastro e prática de interrogatórios, os detidos
nada confessaram, defendendo-se apesar das provas obtidas para uns e
suspeitos fundados para outros. Postos de
parte Amorim e Gago cujas provas dispensavam a confissão, recorreu-se ao
interrogatório pelo processo psicológico referenciado. Às mesmas
perguntas, obtiveram-se as respostas constantes do quadro seguinte: Qual dos
suspeitos teria ligação com os roubos? Tem ao seu
dispor o enigma para solucionar, usando um dos métodos referenciados e cuja
solução oportunamente adiantaremos, e porque o assunto merece um maior estudo
voltaremos a referenciá-lo. M.
Constantino In Policiário de
Bolso,
13 de Abril de 2012
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© DANIEL FALCÃO |
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