Autor Data 10 de Janeiro de 1980 Secção Mistério... Policiário [251] Competição Torneio
“4 Estações 80” | Mini A – Inverno Problema nº 1 Publicação Mundo de Aventuras [327] |
O INCÓGNITO Abílio Numa
manhã de Maio o ajudante do inspector Gomes acabava
de entrar no gabinete… –
Mais um assalto, inspector! –
Outra vez o «Incógnito»? –
Tudo leva a crer que sim! –
Onde foi desta vez o assalto? –
Na vivenda que fica à entrada da vila e que pertence a um tal Paulo Soeiro. –
Bom! Então o melhor é irmos até lá… E
na vivenda Soeiro: –
É Paulo Soeiro? – perguntou o inspector.
–
Sim. Cheguei há 10 minutos e vi tudo neste estado. De certeza que foi o
«Incógnito». O
inspector deitou um olhar rápido à casa e… de
repente ao olhar para o chão viu um relógio de pulso, cuja correia não estava
em bom estado, parecendo até partida… então o inspector
chamou o mordomo que havia sido atacado pelo «Incógnito» durante o assalto… –
Diga-me, como tudo se passou? –
Bem, inspector, eu estou muito nervoso, eu estava
aqui sozinho na vivenda quando alguém bateu à porta… era ele, ainda o vi
perfeitamente mas depois ele atingiu-me. –
Conhece este relógio? –
Incrível… inspector! Este relógio estava no pulso
do «Incógnito». Tenho a certeza! –
Obrigado, pode retirar-se. A
investigação prosseguiu no dia seguinte e foi apurado um possível suspeito
que fora visto a rondar a vivenda Soeiro, chamava-se António Sanches. Mas,
antes, quem chega à esquadra da Polícia é o sr.
Paulo Soeiro… –
Então, inspector, já descobriu alguma coisa? –
Não, estou à espera do depoimento do sr. António
que deve estar aí a vir. –
E o relógio… –
Ah! Está aqui na gaveta. Olhe! E
o inspector colocou o relógio em cima da sua
secretária, e desviou o seu olhar para a janela, virando as costas a Paulo,
observando o belo dia de Maio. –
Bem, inspector, vou-me… –
Bons dias, sr. Soeiro – respondeu o inspector que continuava «preso» à sua janela. Paulo
retirou-se e entrou o ajudante do Inspector… –
Inspector, está lá fora o sr. Sanches… –
Manda-o entrar. E
sem sair do gabinete, onde ficou o ajudante do inspector
mandou entrar António Sanches… –
Bons dias, sr. Sanches. Queira explicar-me onde
esteve e o que fez na manhã de ontem. –
Calma, inspector… Sei que o «Incógnito» é muito
falado, mas eu nada tenho a ver com isso. Ontem de manhã estive perto daquela
vivenda porque necessitava de fazer umas compras na loja que fica à entrada
da vila. Nada mais tenho a declarar, inspector… –
Obrigado por ter cá vindo. Nós vamos averiguar. Não deve ausentar-se, pois
posso necessitar de si. Sanches
retirou-se, e o ajudante do inspector perguntou: –
Bem, inspector, parece-me
que o relógio é a nossa grande pista. A propósito onde é que ele está, inspector? –
Está aí em cima da mesa – respondeu o inspector que
estava novamente voltado para a janela, absorvido pelo sol que brilhava lá
fora… –
Onde, inspector?... Em cima da mesa não está! –
Mas estava aí!... –
Desapareceu… –
Algum dos interrogados o tirou… 1
– Quem é, para si, o «Incógnito»? 2
– Em que se baseou, para essa «escolha»? E, nesse caso, porque não podia ser
o outro. |
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© DANIEL FALCÃO |
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