Autor Data Maio de 1977 Secção Enigma Policiário [14] Competição Volta
a Portugal em Problemas Policiais 3ª Etapa (Coimbra – Águeda – Aveiro – Porto) Publicação Passatempo [36] |
O PORMENOR Agente Matwmbo Pela descrição
da mobília do gabinete, verifica-se que só uma mesa quadrada, num
compartimento quadrado, poderia estar equidistante de todas as paredes. A
bala quebrou apenas o vidro central da porta envidraçada, o que, sem contar
com o frio, significa que as portas estavam fechadas. Ora, numa sala
quadrada, uma bala passada pelo vidro central da porta de correr envidraçada
e que apanhe um corpo no centro da parede que lhe é perpendicular, nunca se
poderia alojar na parede (móvel) que lhe é paralela (à janela). Resulta daqui
uma IMPOSSIBILIDADE DE TRAJECTÓRIA que nos evidencia que HOUVE OUTRO TIRO (o
tiro homicida), disparado do interior e do lado esquerdo do assassinado,
determinante da existência da bala incrustada no móvel-arquivo, já que a
disparada da rua ali não poderia encontrar-se. O segundo tiro
fora, esse sim, disparado do exterior, partindo o vidro sem qualquer outro objectivo que não o de dar estrutura à «história» de que
o assassino carecia para construir um alibi, que, por ironia, seria
precisamente o que viria a denunciá-lo. «Quando me
dirigi ao guarda, foi para saber se teria ouvido um ou mais tiros. A sua resposta,
porém, pouco interesse tem ante o aparecimento da segunda bala («… tive um pequeno
diálogo com o guarda e regressei. Com o ar natural de simples curioso corri o
gabinete e… não deixei que a minha satisfação transparecesse. Este segundo
pormenor confirmava o que me ocorrera»: O ENCONTRO DA SEGUNDA BALA,
INCRUSTADA NO GABINETE, o que constitui o segundo pormenor. De
acrescentar, ainda, ser injustificável e ilógico que a secretária se
apresentasse com todos os papéis metodicamente arrumados, a evidenciar
«encenação», uma vez que a vítima foi ali surpreendida pela morte quando na
mesma trabalhava. |
© DANIEL FALCÃO |
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