Autor

Artur Varatojo

 

Data

1 de Maio de 2007

 

Secção

Mundo dos Passatempos [29]

 

Publicação

O Almeirinense

 

 

A CHAMADA TELEFÓNICA

Artur Varatojo

 

Quando Richard Evil chegou ao local do crime, encontrou um agente do F.B.I., que o informou do que sabia:

– Fui encarregado de seguir e proteger a vítima, Peter Fowler, Secretário do Ministro. Aluguei um apartamento no prédio fronteiro, de onde, com o auxílio de um binóculo, vigiava a janela de Fowler. Vi, da minha janela, aquele dirigir-se para o telefone e discar um número. O meu telefone tocou e ouvi a voz de Fowler dizer: “Já sei quem…”. Como não deixara de fitar a janela, através dos prismáticos, vi-o cair, inanimado. Corri, imediatamente, para aqui e, como não encontrei o contínuo no corredor, entrei, vindo encontrar tudo como está.

 Richard Evil lembrou:

– Não será melhor ouvirmos o contínuo?

Chamado à presença dos dois agentes, este declarou:

– Pouco tempo depois do senhor Harry ter saído, o senhor Secretário do Ministro recebeu, nos seus aposentos, uma senhora que se demorou talvez uns vinte minutos. Vi-a a sair e foi então que me vieram chamar para ir ao rés-do-chão, à cabine telefónica. Apesar disso não me ser permitido, abandonei o lugar e desci. Como ninguém me respondeu do outro lado do fio, julguei que já haviam desligado e, quando voltei para cima, vim encontrar o senhor Harry, que me chamava.

Como Richard constatou, após rigorosa observação, não havia impressões digitais de espécie alguma, nem no cabo da faca que Fowler tinha enterrada nas costas, nem no telefone, fora do descanso e suspenso pelo fio.

Admitia-se a não existência de sinais dactiloscópicos no telefone, em virtude de Peter Fowler ter ambas as mãos envoltas em ligaduras, que tinham o aspecto de grossas luvas de box, brancas. Isso era consequência das profundas queimaduras que recebera nas mãos, quando a sua casa fora criminosamente incendiada, duas semanas atrás

Não havia o mínimo objecto nos bolsos da vítima nem caído perto da secretária, estando as gavetas fechadas à chave.

Com estes elementos, Richard Evil solucionou o caso.

E os nossos “sherlocks”?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO