Autor

Big-Ben

 

Data

25 de Dezembro de 1975

 

Secção

Mistério... Policiário [41]

 

Competição

I Grande Torneio

Policiário nº 9

 

Publicação

Mundo de Aventuras [117]

 

 

NATAL!...

Big-Ben

(Ao «Dr. Aranha», com um forte abraço)

Silenciosa e rapidamente, o vulto avançava na semi-obscuridade do corredor. O seu objectivo estava perto!... Na sala onde se encontrava colocada a árvore simbólica da época natalícia, relampejavam, a espaços regulares, as luzes que enfeitavam o pinheiro. Aquele «acende-apaga» era o seu guia…

O vulto parou à entrada do compartimento, perscrutando o interior… As lâmpadas cintilaram e, embora fugidiamente, o vulto viu aquilo que pretendia: lá estava, junto ao pinheiro, a prenda tão desejada!

O vulto pulou. De contentamento… Mas, nessa altura, foi infeliz; o seu incontível salto fê-lo esbarrar contra a mesinha atrás de si, no corredor, e onde se encontravam o telefone e uma grande jarra.

No silêncio da noite, ouviu-se um estardalhaço medonho, que teve como epílogo a jarra a desfazer-se em estilhas no pavimento de tacos. Célere, o vulto correu para o seu quarto…

 

Pai Dinis acordou com o barulho. É certo que ainda há pouco se deitara, pois estivera à espera que os filhos adormecessem para ir buscar à mala do carro as prendas que lá estavam escondidas. Mas, a verdade, é que «ferrara» logo no sono; no entanto, em flagrante contraste com sua esposa, despertava com facilidade.

Acendeu o candeeiro da mesinha-de-cabeceira e olhou o relógio despertador: duas e picos da manhã! «Que diacho seria aquela barulheira toda?», interrogou-se. Mirou a esposa, que continuava a dormir, sem dar por nada. De imediato, saiu da cama e foi investigar…

Começou pelo quarto dos filhos, não fosse dar-se o caso de algum deles ter caído da cama. Não seria a primeira vez… Acendeu a luz do «hall», para onde abriam as portas dos quartos – do seu e dos seus filhos. Assim, teria claridade e não os despertaria…

Dirigiu-se, primeiramente, ao quarto da Zezinha, cinco anos lindos e rabinos. Quedou-se à entrada, olhando, amorosamente, a cena que se lhe deparava: de faces rosadas, quase da cor da sua camisinha, de noite em tafetá, agarrada à boneca favorita, a filha dormia a sono solto. Pelo menos, assim parecia…

Foi, depois, ao quarto do Nandinho, dez anos bastante desenvolvidos em idade e inteligência. Como já esperava, encontrou-o enrodilhado na roupa, quase totalmente destapado, frio. Que mau dormir tinha aquele rapaz! E o costume que ele apanhara de não querer dormir com o pijama vestido. Cuidadosamente, consertou-lhe a posição do corpo e aconchegou-lhe a roupa, entalando-a bem no fundo da cama, enquanto o filho resmungava um «hum-hum» sonolento. Pelo menos, assim parecia…

Pai Dinis prosseguiu nas suas «investigações» e só voltou à cama depois de descobrir a origem da barulheira que o acordara. Aliás, não foi difícil…

Manhã cedo ainda, os gritos de contentamento da Zezinha acordaram a casa toda. Como um furacão, entrou no quarto dos pais, abraçando-os e beijando-os, agradecendo-lhes a grande boneca e o respectivo carrinho para a passear. Aquilo era, o seu sonho!

Seguiu-se-lhe o irmão. Também ele entrou de rompante e, «louco» de alegria, rivalizava com a mana na gratidão pela prenda recebida: uma bicicleta. «Aquilo» era o seu sonho!

E toda a família Dinis se uniu num forte abraço. De felicidade!...

 

…No entanto, algo estava por esclarecer… Qual foi o «elemento» causador de a jarra ter caído?

Querem os leitores-solucionistas de «Mistério… Policiário» dar uma ajuda ao pai Dinis? Julgo que só eles o poderão fazer…

 

1 – Qual o «elemento» causador da jarra ter caído?

2 – Escreva a sua dedução?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO