Autor

Big Ben

 

Data

30 de Julho de 2020

 

Secção

Policiário [30]

 

Publicação

Sábado [848]

 

 

O LEITOR RESOLVE

Big Ben

 

O leitor tem um amigo que é grande estudioso de História e coleciona peças, artigos e relíquias históricas, o qual teimou consigo para o acompanhar a uma exposição em que se vendem UMA "troféus históricos a um preço inigualável", organizada por um antiquário de renome, que diz vender parte da sua coleção para custear outra viagem arqueológica.

O leitor e o seu amigo entram na sala e são apresentados ao expositor, que se mostra muito agradável e se dirige convosco para as mesas e vitrinas onde se encontram os exemplares e troféus. Ele pretende convencer-vos, fazendo comentários sobre os objetos e o seu preço. Pega num e diz: "Eis uma pulseira de ouro puro, encontrada no túmulo de um dos mais antigos faraós egípcios. Reparem nos característicos hieróglifos que contém. E aqui (acrescenta ele, apontando para uma figura de um oriental, rechonchudo e de cócoras) está um Buda autêntico, vindo do Tibete."

Depois, conduz-vos para outra mesa, pegando noutro objeto: "Eis um verdadeiro tesouro (exclama) – uma inscrição recolhida num túmulo persa." Passa os dedos sobre os carateres, já amarelecidos e ressequidos, apontando para um canto da folha "Olhem para isto – 60 a.C. É o que, realmente, lhe dá um valor incalculável! Ah, como lamento ser obrigado a vender todos estes tesouros!"

Ambos continuam a apreciar as demais peças expostas – antigos toucados indígenas, armas, roupa, utensílios de cozinha e coisas do género. Entretanto, o expositor pede desculpa e afasta-se, para atender uma chamada telefónica.

O seu amigo vira-se para ele, entusiasmado: "Não é maravilhoso? Esta é uma oportunidade como há poucas, de enriquecer a minha coleção. Estou desejoso de começar a falar com ele sobre os preços.”

O leitor detém o seu amigo pelo braço e diz-lhe: "Se estivesse no seu lugar, começaria por investigar, seriamente, a origem de certos objetos. Alguns podem ser autênticos, mas um, pelo menos, tenho a certeza de que é uma falsificação…”

Pergunta-se: Qual é a razão desta afirmação do leitor?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO