Autor

Big-Boy

 

Data

12 de Agosto de 1976

 

Secção

Mistério... Policiário [74]

 

Publicação

Mundo de Aventuras [150]

 

 

O CRIME… NÃO COMPENSA

Big-Boy

 

Eram cerca de 3 horas da madrugada…

Joaquim Ribeiro, solteiro, escritor, dormia suavemente no seu quarto.

Uma violenta pancada na porta fá-lo acordar… Estremunhado, acende a luz, e depara com um dos seus maiores amigos, empunhando uma pistola…

– Mas o que é isto?... Que paródia é esta?

– É tarde de mais, meu caro… Já viste muito! Tens um minuto para rezar…

E foi mesmo!... Passados sessenta segundos, a morte veio pelo cano daquela arma e Joaquim Ribeiro caiu para trás, na cama…

O assassino cavou… Mas o escritor ainda estava vivo e o seu espírito não parava procurando uma solução para aquele «problema»… Nos poucos segundos de vida, que ainda pressentia, esforçou-se por escrever algo num pedaço de papel do bloco na mesinha-de-cabeceira… e foi tudo.

Passadas poucas horas, alguém dava o alarme. Ambos madrugadores, começando muitas vezes pelas cinco e meia ou seis horas os trabalhos de «alinhavar ideias», Jacinto Mendonça, também escritor e sobrinho do Joaquim Ribeiro, vindo pedir ao tio uma achega para a sua nova produção, encontrou o corpo…

Depois, foi o alarme… Nas primeiras pessoas a aparecer estava o inspector Cruz…

No quarto do escritor, na cama ensanguentada, o corpo sem vida… Pendente, na beira da cama, o bloco… No chão, um pedaço de papel… O inspector apanha-o… Rabiscos?... Talvez não… Mas uma letra de quem já tem pouca segurança e começa a ver mal… Alguém que quer deixar uma mensagem que nem todos percebam… O inspector lê e relê… Com os seus botões, exclamou: «Preciso de tempo…

 

 

No vão de uma janela, foi lendo, olhando a paisagem e voltando a ler… Passado algum tempo, chama o sobrinho, a quem pergunta:

– O seu tio tinha algum amigo, entre as muitas pessoas que estão aqui, ou que já passaram por aqui?...

Jacinto Mendonça, depois de circundar o olhar e de ter ido falar com a criada que estava agora no átrio, informou o inspector:

– Estiveram já aqui quatro dos seus grandes amigos: Xico Marques, Jota Reis, José Manuel e Raul Fontes.

O inspector nada mais disse e continuou a pensar… Num movimento brusco olhou de novo o papel e exclamou:

– Finalmente!...

 

1 – Quem acha que pode ter sido o criminoso?

2 – Justifique a sua resposta.

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO