Autor

Bispo Negro

 

Data

25 de Novembro de 1976

 

Secção

Mistério... Policiário [89]

 

Competição

Torneio "Primeiro Passo Deductivo"

Problema nº 5

 

Publicação

Mundo de Aventuras [165]

 

 

CRIME EM PASS BULL RIVER

Bispo Negro

 

Georges Follman estava a passar férias em Pass Bull River. Detective por profissão, era, no entanto, um buscador nato de perigos e casos intrincados, pertencendo a urna organização pouco conhecida mas muito eficaz: a L. U. A. – Liga de União Anticrime.

Encontrava-se ali somente há dois dias, quando recebeu uma mensagem telegráfica do chefe-geral da L. U. A.:

«Diplomata desaparecido Stop Nome Jackie Oliver Stop Procurar desfiladeiro Pass Bull Rivar Stop Investigue caso Stop Carta branca Stop».

– E pronto! – exclamou Follman, com um gesto de desalento –, lá se foram as férias ao ar. Logo havia de acontecer «isto»

Porém as ordens são para se cumprirem… Assim, de imediato entrou no automóvel e dirigiu-se a toda a velocidade para o desfiladeiro. Pelo caminho, procurou lembrar-se quem era Jackie Oliver; tinha uma vaga ideia dele, mas nem sequer se recordava da sua fisionomia.

Contudo, ocorreu-lhe tratar-se de uma figura diplomática pouco conhecida, com elevado número de dívidas, devido à vida atribulada e boémia que levava, que já por três vezes tentara suicidar-se…

Chegado ao local, verificou encontrar-se ali um carro grande e «pesadão» de cor negra; no «tablier», estava cravada uma chapa com o nome do diplomata. Sentado ao volante, um corpo já sem vida…

…A cara estava disforme, sanguínea, irreconhecível, pois fora atingida por um tiro. As mãos tinham as unhas sujas e partidas; na canhota, um anel com safiras ficava largo no dedo. Fato ensanguentado e camisa mal abotoada; nos pés, peúgas brancas e sapatos de cabedal castanho.

Os olhos de Georges, qual máquina fotográfica, tomaram nota, num só relance, de todos estes pormenores. Focaram ainda a arma, que o morto segurava na dextra, em cuja coronha se encontrava gravado o apelido do diplomata.

Um ligeiro ruído despertou o apurado sentido de Follman. Rapidamente, voltou-se e descortinou um vulto a esquivar-se. Correu atrás dele…

Ao fim de uma boa corrida, conseguiu apanhar o fugitivo. Pela figura, pensou tratar-se de um pastor local.

– Então, homem?! O que é que queria dali? Por que motivo fugiu? Justifique a sua atitude… – ofegante, Georges «bombardeava» o outro.

– Foi curiosidade!… Só isso… ia a passar quando o vi a si com o corpo… – respondeu o inquirido.

Desconfiado, Georges Follman examinou-o de alto a baixo: vestia casaco grosseiro, calças de pele curtida e botas de couro; os cabelos estavam penteados e as mãos limpas e bem tratadas.

– Está bem!… Está bem!… – monologou Georges, para, logo de seguida, emendar: – Está mal!… Está mal!…

 

PERGUNTA-SE:

1 – O que originou as palavras finais de Georges Follman?

2 – Como foi que ele chegou a essa conclusão?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO