Autor Data 22 de Março de 1984 Secção Mistério... Policiário [441] Competição Torneio
“Do S. Pedro ao Natal” - 82 Problema nº 6 Publicação Mundo de Aventuras [516] |
Solução de: NA «RESSACA» DO ANIVERSÁRIO… Black Prince a)
O que levou o detective a tal afirmação foi o facto
de, finalmente, se ter apercebido, observando o seu relógio, estava já no dia
1 de Abril, dia das mentiras. Foi ao notar isto que o detective
disse para eles irem «gozar outro» e as palavras de espanto por finalmente se
haver lembrado que já passava da 1 hora da manhã e portanto se estava no dia
1 de Abril… É a partir daí que o detective pode,
então, saber a causa de todas aquelas falsas declarações e ainda a causa do
riso dos presentes… Ao fim e ao cabo, o caso é
simples… b)
Pois é, isto é um dos tais casos repletos de mentiras… Por acaso bastante
absurdas. Será lógico, portanto, procurar-se a razão para tantas mentiras e
então, solucionar o caso, aparentemente difícil. Ora,
a razão foi encontrada… era o 1 de Abril, e aqueles jovens não resistiram ao
gosto de pregar uma partida a alguém (neste caso o Detective
Santos). Descoberta a razão, resta, pois, enunciar as mentiras e as falsas
pistas colocadas ao Inspector. Para
começar, todos os irmãos mentem! O Rui Antunes afirma (1) que a luz se apagou
no preciso momento em que ele se dirigia ao escritório do irmão… Mentira!
Segundo o relógio do inspector, acertado pela
emissora nacional, as horas que este apontava eram as mesmas do relógio eléctrico da parede do escritório… Logo, se tivesse
realmente havido um corte de luz, o relógio eléctrico
estaria atrasado. Um pouco mais à frente, afirma que ouviu o barulho do
disparo e que ao abrir a porta, ainda teve tempo de «o ver» (2) sair pela janela…
Outra mentira! Se a noite estava escura e ainda por cima tinha havido um
«corte de luz», tudo se deveria encontrar escuro e ele não poderia ver o
ladrão-assassino a fugir pela janela… Ainda mais à frente, Rui Antunes diz
que correu para ver se o apanhava, mas ele já tinha desaparecido… Mais outra mentira!
Se ele estava no (3) terceiro andar e as paredes eram lisas (e ainda por cima
não existiam varandas) como poderia o ladrão ter desaparecido sem deixar
rasto?… Depois afirma que foi arranjar os fusíveis… Outra (4) mentira, como já
sabemos, pois a Ana Maria Antunes, estava a ver televisão depois da 1 hora da
manhã… Não diz que programa… E àquela hora… Quanto
ao Jorge Antunes, esse foi dar uma volta no seu «Maserati», à chuva (pois
chovia já há várias horas) e, após colocar o carro na garagem foi ter com o detective. Mais uma mentira! O detective
quando passou pela garagem, notou que (5) o
«Maserati» tinha uma leve camada de pó em cima… Logo, se ele realmente
tivesse saído, o carro estaria molhado! Além do mais, todos eles se riam da
peça que estavam a pregar ao digno detective… Ora,
se o irmão tivesse realmente sido assassinado, eles estariam noutra
disposição, (até a de desconfiança) pois, cada um deles (ou os três!), poderia
ter sido o assassino! Enfim, 5 mentiras e muito riso… Mas alguns ainda
estarão a perguntar, como é que se sabe que é o dia 1 de Abril?… Simples!
Estávamos no último dia de Março; era noite; o detective
embebedara-se e quando retomara a consciência, estávamos já no dia seguinte –
pois já passava da 1 hora da manhã. De resto, quanto às falsas pistas: a
janela aberta, a mancha vermelha em redor da vítima (que não tinha
necessariamente, que ser sangue; podendo até ser molho de tomate…), o corte
de luz, o barulho provocado pelo disparo, a saída do Jorge Antunes, a Ana
Maria Antunes a ver televisão; umas, pistas falsas e outras, mentiras, serviam
apenas para tentar despistar o dectective e fazer
com que ele se lembrasse – que estava no 1º de Abril! Registe-se,
ainda, que se não fosse o 1 de Abril e tudo não passasse de uma brincadeira,
Rui Antunes encabeçaria a lista dos suspeitos e o caso desenrolar-se-ia de
outra maneira menos agradável… podendo o Jorge Antunes estar a encobrir o
irmão com a sua saída e a Ana Maria Antunes, também! Bom, mas isso já seria
outro caso, que será preferível não discutir, pois que o discurso já vai
alargado… |
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© DANIEL FALCÃO |
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