Autor Data 28 de Outubro de 2021 Secção Policiário [95] Competição Torneio do Centenário do Sete
de Espadas Prova nº 6 – B Publicação Sábado [913] |
Solução de: HISTÓRIAS DO DIA DE REIS Búfalos Associados Sabendo
o que sabemos, podemos desconfiar de: A)
– Baltazar DEDICATÓRIA.
Uma das lições que nos deixou o Sete de Espadas foi tentar cativar a
juventude para esta forma de literatura que nos enriquece o espírito e
apaixona, procurando, através de problemas interessantes e acessíveis, atrair
os que virão a engrossar as fileiras dos amantes do policiarismo. Instalou-se
a confusão naquela noite de 6 de janeiro de 2008, na festa organizada pela
companhia do “Circo de Los Reyes”, quando se celebrava o quadragésimo
aniversário dos gémeos Gaspar e Baltazar Reyes. A noite de festa bem regada
deu lugar à constatação de que as receitas de bilheteira desse fim de semana,
uma apreciável quantia, não deram entrada no cofre que era detido pela irmã
Paloma Reyes. Ninguém se entendia e certamente pelos efeitos das bebidas
ingeridas ao longo da noite, não foi possível chegar a qualquer conclusão.
Foi assim necessário chamar a polícia na manhã seguinte. O
inspetor, depois de se inteirar do que também nós sabemos, ouviu os
principais suspeitos, o bilheteiro Zurk, e os irmãos Paloma. Gaspar e
Baltazar, mas, a princípio, sem chegar a conclusões definitivas. Houve, no
entanto, um facto que lhe chamou a atenção. Naquela
noite toda a gente estava festiva e “falava alto e com fartura”. Mas do
depoimento do bilheteiro Zurk constata-se que, com o gémeo que ele afirma ter
ido levantar o dinheiro, “não tinham falado”, “nem sequer trocado uma palavra”,
o que não jogava com a natural euforia geral dessa noite. Daí o inspetor ter
suspeitado de que se trataria do Baltazar que, por ser muito gago, não terá
querido identificar-se perante o Zurk pela sua maneira característica de
falar, no ato de receber a “massa”, a qual pensava meter no próprio bolso. Assim,
no sábado, quando competia ao Baltazar ter recebido o dinheiro, ter-se-á
propositadamente esquecido de o fazer, com a intenção de juntar as duas
receitas para domingo, coisa que já por vezes teria acontecido. Se o fizesse
em dois dias seguidos, daria nas vistas. Nessa altura, a coberto da confusão
da festa de domingo foi, caladinho que nem um rato para não denunciar a
gaguez, buscar o bolo total dos dois dias. O Gaspar estaria tão bêbado que
nem se lembrou de que era o seu dia de ter feito essa tarefa, e no dia
seguinte, graças à forte ressaca, tinha a cabeça toda baralhada. Mas,
para o inspetor, nesta primeira análise, o comportamento de Baltazar terá
sido o único suspeito por parte dos quatro envolvidos. |
© DANIEL FALCÃO |
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