Autor Data 20 de Março de 1960 Secção Na Pista do Culpado [38] Competição Problema nº 2 Publicação Ordem Nova |
O DOIDO DOS CINEMAS Cisne Real Havia algo naquele
depoimento, recentemente feito, com que eu não concordava. Reli-o mais uma vez: «O cinema já começara.
Sorrateiramente, penetrei na sala. Instantaneamente escolhi a vítima e
disparei. Apanhei a cápsula do meu revólver e saí…» Claro que suspeito era já o
facto de o depoente se apresentar de livre ânimo às autoridades, depois de
ser intensivamente procurado. A imprensa, a rádio e a televisão ocupavam-se
sempre do «doido dos cinemas» que só atingia senhoras com os seus disparos
dentro das salas de espectáculos. Mas seria de
facto aquele o homem? Não seria mais que um dos falsos criminosos que se
apresentam em lugar do verdadeiro criminoso? Mas continuei a ler: «… Nem valeu à polícia as
minhas pègadas deixadas na neve fresca. Vocês nunca
as poderiam moldar…» Continuei. Voltei atrás na
leitura. Descobrira. O homem mentia. Não era o criminoso que se procurava. E quando me pediram para
fazer este relato para vocês, caros «sherlocks»,
anuí, até porque foi com o que acabei de relatar que descobri as mentiras. PERGUNTA-SE: Digam agora quais as
mentiras do depoimento. |
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© DANIEL FALCÃO |
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