Autor

Constantino

 

Data

Agosto de 1978

 

Secção

Enigma Policiário [29]

 

Competição

I Grande Torneio de Divulgação

8º Problema

 

Publicação

Passatempo [51]

 

 

Solução de:

INVESTIGAÇÃO EM CINZENTO

Constantino

 

Opta-se por uma resumidíssima resenha focando os pontos principais.

Ei-los:

a) Vindo da terra lamacenta e encharcada onde brincava, nenhum dos rapazes poderia ter entrado na sala sem ali deixar nítidas pégadas. Sala que o investigador encontrou impecavelmente encerada… Na hipótese (remota) de se descalçar, seria pormenor que Rafael não deixaria de focar, por evidente. De resto, para tal procedimento era indispensável conhecer antecipadamente que o pai e o guardião dormitavam, o que seria difícil, senão inviável, dada a obscuridade da sala, mesmo que tivesse espiado pela janela.

b) Na obscuridade da sala não era possível distinguir o nome em letras cinzentas mais escuras sob outro cinzento. Dificilmente também se diferenciaria uma letra, em dois nomes tão semelhantes – Marto/Marco.

c) A erva bezerra é vulgarmente conhecida por boca-de-lobovidé dicionários. Ora, conhecendo que Rafael é também Lobo de nome, aliando os contrastes das suas declarações expostos em a) e b) com o seu «resmungo» ao ser interpelado por Rosa, podemos concluir que teria sido o autor do desaparecimento do diamante e o modo como o transportou – na boca.

Aquela «boca» de lobo praticou – pelo menos! – duas asneiras numa mesma tarde: roubou e… falou demais!

© DANIEL FALCÃO