Autor

Constantino

 

Data

Agosto de 1979

 

Secção

Enigma Policiário [41]

 

Competição

Taça de Portugal em Problemas Policiários e Torneio Paralelo

6º Problema

 

Publicação

Passatempo [63]

 

 

Solução de:

UM MISTÉRIO PARA HOLMES

Constantino

 

Ninguém teve dúvidas em que não se tratava de um suicídio. A arma estava na mão esquerda e a bala fora disparada na fronte direita. O que não vimos logo, foi que a arma caída junto da vítima não fora a que disparara, pois a utilização de pólvora negra (utilizada ainda à época, algumas vezes) só produz vestígios no cano, de cor cinzenta, após 24/36 horas do disparo. A arma que pertencia à irmã da morta, essa sim, apresentando vestígios de cor negra no cano, provava ter sido disparada há pouco tempo. (Veja-se «Elementos de Técnica Policial», de Tomé Vieira, a págs. 70-71).

Tudo apontava, pois, não para suicídio, mas sim assassínio, e a irmã viva candidata a esse lugar. De resto, não havendo qualquer outro modo de saída da casa, e testemunhando a vizinha que ninguém entrara ou saíra, a conclusão é óbvia.

Um golpe de teatro, porém.

Quem morreu? Quem matou?

Ao contrário do que pensei ao ver a madeixa de cabelo loiro brilhante, a morta não era Irene, a pianista, pois conforme Holmes explicou, uma pianista não usa unhas longas e bem tratadas, não pode usar (e esta ainda dois dias antes havia dado um recital…) e, a madeixa que ostentava foi propositadamente feita para confundir, daí o cheiro intenso a hena. (Enciclopédia)

Irene matou, pois, Alice, pintou-lhe a madeixa, escurecendo em si o cabelo.

A disputa pelo proprietário dos carneiros, valeu um crime.

© DANIEL FALCÃO