Autor Data Novembro de 1979 Secção Enigma Policiário [44] Competição 5º Problema Publicação Passatempo [66] |
O ENIGMA DO TRIPLO SETE Constantino …Visitava-me
frequentes vezes e tinha sempre um caso interessante a contar-me. Narrava-o
daquela maneira clara e precisa que nos dá a verdade, desprovida de ficção,
contudo agradável. Apurei
o ouvido. Miguel pigarreou, retirou para mais longe a chávena e começou: –
Tinham-se obtido importantes informações de que certo sujeito passaria a
fronteira com a chave e as mensagens «S-3». Não me admirei de ser o
encarregado de tal diligência (já trabalhara em casos semelhantes) e fiquei
alerta durante dias e noites seguidas. A foto em meu poder servia-me de guia
e nem mesmo o disfarce me escaparia. Vi-o chegar um dia. Era pobre o seu
aspecto, mesmo ofensivo, mas podia ser uma boa camuflagem para o engenho
terrível em que se tornaria o «S-3» nas mãos do inimigo. Apesar
dos seus protestos Adão Belém – era este o seu nome – foi obrigado a despir-se.
As roupas foram descosidas, tudo, roupas e bagagem, cuidadosamente revistado
por peritos. A pequena mala que o acompanhava mostrou-nos camisas e outras
roupas; uma escova para os dentes, um lindo bloco de quartzo, o mais lindo e
puro que jamais vi (tinha 4 cm3 e pesava 7 gr.). Aqui começa o mais curioso!
Não só na mala ia um colar de pérolas com sete
pedras como se lhe associava um pequeno cartão de papel vulgar (a que faltava
uma ponta) com sete letras. Aqui,
Miguel parou por momentos. Os olhos brilhavam-lhe de entusiasmo e eu,
pasmado, murmurei: – Importante! Continua por favor. Puxou
dum lápis e, escrevendo sobre um papel ADAM BET, entregou-mo, dizendo: – Ele
sustentava que era o seu nome em que faltava um bocado, mas palavra de honra
que me intrigava bastante. Levantou-se
e abriu as janelas de par em par. A aragem entrou bisbilhoteira no quarto,
trazendo à mistura as essências aromáticas do jardim próximo. Sorvi um largo
trago desse perfume e comentei num murmúrio: – O enigma do triplo sete!
Curioso! Mais
um caso a resolver. Responda: 1º
– Onde era possível estar a chave «S-3»? 2º
– Qual o vosso raciocínio? |
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© DANIEL FALCÃO |
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